A utilização da plataforma BIM (Building Information Modeling) em todo o mundo avança não só em adesão, como também em sofisticação. Além de funcionalidades básicas como a geração de modelos virtuais tridimensionais e a possibilidade de verificação de interferências (clash detection), a evolução segue rumo à integração com informações de planejamento, custo, sustentabilidade e gestão pós-ocupação.
As possibilidades passam pelo entendimento de que o BIM pode englobar todo o ciclo de vida de uma edificação, desde o estudo de viabilidade até sua demolição ou requalificação, passando pela longa etapa de operação. Estamos falando de uma plataforma extremamente abrangente, que pode assumir ao menos oito dimensões, como detalhamos abaixo:
BIM 3D – Modelagem paramétrica
Dimensão mais conhecida e explorada, consiste na reunião de informações gráficas e não gráficas para criar modelos tridimensionais e distribuir essas informações em um ambiente de compartilhamento de dados acessível, rastreável e seguro. O BIM 3D agrega uma série de benefícios como a visualização otimizada do projeto, fácil colaboração entre equipes multidisciplinares, além da redução de retrabalho e revisões.
BIM 4D – Planejamento
Acrescente avariável tempo às três dimensões espaciais que compõem o modelo 3D. O resultado é o BIM 4D, que permite incorporar ao modelo informações sobre cronograma, sequência de obra e fases de implantação. Essa dimensão, já utilizada por algumas grandes construtoras brasileiras, aproxima o BIM dos canteiros. É possível utilizar a metodologia para simular o plano de ataque da obra de modo geral, ou para elaborar modelos mais detalhados, para simular o ataque a uma etapa específica. Além disso, as informações obtidas junto às frentes de trabalho, seja de progresso ou de atraso de atividade, alimentam o modelo, auxiliando a tomada de decisões.
BIM 5D – Orçamentação
Integra o custo às outras variáveis já citadas, permitindo que o modelo seja utilizado para gerar quantitativos e orçamentos. Com o BIM 5D é possível a visualização de custos em tempo real e a contagem automática de componentes associados a um projeto, entre outros recursos. Tudo isso culmina na redução de inconsistências orçamentárias.
BIM 6D – Sustentabilidade
Também chamada de Green BIM, é a dimensão que enfoca questões relacionadas à sustentabilidade. Trata-se de um campo novo a ser explorado, mas que pode trazer ganhos enormes, sobretudo para os projetos que almejam certificações verdes. A utilização do BIM 6D pode ajudar a avaliação de ciclo de vida, auxiliar a simulação climática no local da construção e permitir estimativas de energia mais precisas, apenas para citar algumas vantagens.
BIM 7D – Gestão e manutenção
Ainda pouco utilizado no Brasil, o BIM 7D se justifica por agregar ganhos de eficiência durante a operação, justamente etapa mais longa do ciclo de vida de uma edificação. Essa dimensão do BIM tem relação estreita com a gestão de facilidades. Ela pode ser usada pelos gestores, por exemplo, para extrair e rastrear dados de ativos, como status de componentes, especificações, manuais de operação, prazos de garantia, etc.
BIM 8D – Segurança
Ainda menos explorado, o BIM 8D adiciona o vetor segurança ao modelo. Consiste na extração de informações relacionadas à segurança dos trabalhadores para determinar os riscos no modelo, além de promover sugestões de segurança e propor controle de riscos na obra.
No Brasil, o BIM ainda é explorado superficialmente, utilizado essencialmente para identificar colisões. Mas isso pode e deve mudar gradativamente, afinal, o BIM é uma plataforma de informações que pode trabalhar em várias dimensões de acordo com a forma e tipo de informação vinculada ao modelo. O campo a ser explorado é vastíssimo, assim como os ganhos em potencial.
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