A elaboração de um bom cronograma físico-financeiro é uma das estratégias mais eficazes para as construtoras superarem desafios como estouros nos prazos e orçamentos das obras, pois está associada ao aperfeiçoamento em outras etapas da construção – incluindo melhorias no planejamento, no detalhamento dos projetos, na produtividade e na adição de sistemas construtivos mais industrializados. Contudo, a ferramenta ajuda no enfrentamento de dores que colocam em risco a competitividade e perenidade dos negócios.
Hoje iremos falar a respeito do cronograma físico-financeiro, a fim de explicar como ele contribui para planejamentos e controles mais assertivos, além de conferir as melhores práticas para a elaboração e acompanhamento de prazos e custos.
Você verá neste artigo:
- O que é o cronograma físico-financeiro de obra?
- Por que investir na elaboração de um cronograma físico-financeiro?
- Como elaborar um cronograma físico-financeiro de obras?
- Como manter as obras sob controle de forma simples e efetiva?
O que é o cronograma físico-financeiro de obra?
Previsto na ABNT NBR 16.636:2017 – Elaboração e desenvolvimento de serviços técnicos especializados de projetos arquitetônicos e urbanísticos, o cronograma físico-financeiro é mais do que um simples cronograma. Trata-se de uma representação gráfica que alinha o andamento físico da obra com o orçamento, ou seja, conecta a sequência de atividades que estão sendo executadas com o que está sendo gasto em mão de obra, materiais e equipamentos.
Quando bem elaborado, o cronograma físico-financeiro oferece informações precisas e consolidadas da obra, facilitando o controle, replanejamento e alocação de recursos.
No entanto, se você ainda se questiona sobre a importância desse instrumento, saiba que cerca de 61% das obras realizadas no Brasil são entregues com atraso e 63% delas têm custo final acima do planejado. Esses são dados da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).
Além disso, quem acompanha de perto o dia a dia das construtoras já percebeu que os desvios de planejamento e orçamento têm se agravado. Isso é reflexo do aquecimento do mercado, e o consequente aumento do volume de obras. Outro fator de pressão sobre as construtoras e incorporadoras é a tão falada escassez de mão de obra qualificada.
Por que investir na elaboração de um cronograma físico-financeiro?
Há uma série de razões que justificam o esforço no desenvolvimento de um cronograma físico-financeiro consistente. Entre as principais, é possível destacar:
Melhorar a previsibilidade
O cronograma físico-financeiro permite compreender exatamente quanto será gasto com cada fase da construção, ao combinar o avanço real da obra com o orçamento.
Permitir antecipar riscos
O cronograma físico-financeiro cria oportunidades para a identificação antecipada de potenciais riscos relacionados a atrasos e desvios financeiros.
Melhorar a gestão de recursos
O andamento da obra e sua correspondência com os gastos, a gestão de mão de obra, de materiais e de equipamentos torna-se mais precisa, reduzindo assim desperdícios e ineficiências.
Facilitar o gerenciamento
O cronograma físico-financeiro ajuda no replanejamento e na alocação de recursos, permitindo que os gestores e profissionais envolvidos tenham uma visão completa e detalhada da progressão da obra. Ou seja, com essa ferramenta, tanto a área de orçamento, quanto a área de execução seguem alinhadas, sabendo o que deve ser feito, quando deve ser feito e qual o orçamento disponível.
Atender exigências de instituições financeiras
O cronograma físico-financeiro serve como uma garantia ao banco de como o recurso cedido será usado, efetivamente, na construção de um imóvel. Desde que, combinado aos projetos, à planilha orçamentária e ao memorial descritivo da obra.
Contribuir com a melhoria contínua
A elaboração de um cronograma físico-financeiro é essencial na gestão dos projetos, uma vez que viabiliza a avaliação contínua do andamento da obra, da produtividade da equipe e dos processos existentes. Ela favorece a adoção de melhorias contínuas nos processos de construção.
Como elaborar um cronograma físico-financeiro de obras?
Uma forma de apresentação usual, quando falamos em cronograma físico-financeiro, é o Gráfico de Gantt. Esse modelo exibe os intervalos de tempo em barras coloridas sobre o eixo horizontal do gráfico, indicando o início e o fim de cada etapa.
De modo simplificado, a elaboração de um cronograma físico-financeiro pode ser dividida nas seguintes etapas:
Definição das EAPs — A EAP (Estrutura Analítica do Projeto) ajuda a visualizar o projeto em sua totalidade, permitindo a identificação e a eliminação de redundâncias. Desse modo, a EAP física divide o projeto em partes gerenciáveis, delineando fases, atividades e tarefas, enquanto a EAP de orçamento concentra-se na alocação financeira para cada atividade e fase da obra.
Sequenciamento das ações — Nesta etapa, define-se o tempo necessário para cada tarefa e a ordem sequencial para a execução do projeto. Fatores externos, como sazonalidade, condições climáticas e disponibilidade de recursos são contabilizados. Além disso, é importante considerar que haverá, no decorrer da obra, atividades interdependentes. Portanto, o planejamento precisa levar em conta essas relações de dependência, tanto na montagem do cronograma, quanto no monitoramento.
Estimativa de custos — A elaboração do cronograma físico-financeiro exige a estimativa de custos para cada atividade, incluindo despesas diretas e indiretas. Desse modo, as despesas com a execução dos serviços podem ser detalhadas semanal ou mensalmente.
Elaboração de cronograma
Neste momento, ocorre a distribuição e organização das atividades e recursos ao longo do tempo.
Consolidação do cronograma físico-financeiro — Consiste na montagem do cronograma físico-financeiro propriamente dito. É nessa hora que ocorre a combinação do cronograma de prazos com o orçamento para cada etapa do projeto.
Acompanhamento e replanejamento — É necessário que haja um monitoramento contínuo do progresso da obra em relação ao cronograma físico-financeiro. O acompanhamento é indispensável, pois permite identificar desvios, antecipar problemas e tomar medidas corretivas, se necessário. Além disso é importante frisar que o trabalho não termina com a elaboração do cronograma físico-financeiro. Ao compartilhar o documento com as demais partes envolvidas, todos podem acompanhar e analisar a execução das atividades.
Como manter as obras sob controle de forma simples e efetiva?
Conforme vimos, atrasos no cronograma são problemas com os quais as construtoras lidam cotidianamente, sob o risco de terem despesas extras, comprometer a qualidade e ter sua imagem arranhada no mercado. Da mesma forma, o descontrole sobre os custos leva aos temidos estouros em orçamentos, que corroem as margens de lucro e comprometem os resultados financeiros do empreendimento.
Para evitar tais situações, além de um bom planejamento, é imperativo manter a obra sob controle, desde a gestão de projetos, passando pelo planejamento e controle das atividades no canteiro de obras. Para tanto, há soluções digitais que, mais do que automatizar processos, proporcionam a visão de todo o ciclo do projeto e da obra. Isso significa mais controle sobre cada etapa, redução de desperdícios e de retrabalhos, minimização de problemas de qualidade e, finalmente, menos atrasos em cronogramas e estouros em orçamentos.
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