Mudanças climáticas: como a construção civil ajuda a mitigar? - Autodoc

Mudanças climáticas: como a construção civil ajuda a mitigar?

O aumento da intensidade e da frequência de eventos extremos gerados pelas mudanças climáticas tem colocado a população e a economia global diante de ameaças sem precedentes, exigindo mobilização coletiva. No caso da construção civil, também é esperado engajamento com a redução de emissões de gases do efeito estufa, por uma série de motivos.

O primeiro deles é o alto impacto ambiental decorrente da operação das edificações e das infraestruturas. Segundo dados da IEA (International Energy Agency), o setor de construção é responsável por mais de 1/3 das emissões globais de CO₂. Somente na etapa de uso e manutenção, os edifícios respondem por 28% das emissões globais de carbono. 

Outros indutores de ações em prol da descarbonização são o olhar mais rigoroso para as práticas ESG (Environmental, Social and Governance), bem como o aumento das pressões regulatórias em todo o mundo.

Diante deste cenário, de que forma as empresas podem contribuir para a mitigação das mudanças climáticas?

Você verá neste artigo:

  • O que são as mudanças climáticas?
  • O que é a descarbonização?
  • Como as empresas podem avançar rumo à descarbonização?
  • Oportunidades de descarbonização na construção

O que são as mudanças climáticas?

As mudanças climáticas são transformações a longo prazo nos padrões de temperatura e clima. Elas podem ocorrer de modo natural, como por meio de variações no ciclo solar. No entanto, desde 1800, as atividades humanas têm sido o principal impulsionador dessas alterações, principalmente em função da queima de combustíveis fósseis como carvão, petróleo e gás.

O que torna as mudanças no clima mais preocupantes é o fato de elas estarem por trás dos eventos climáticos extremos, promotores de perdas humanas, ambientais e financeiras. Conforme dados apurados pelo Observatório de Clima e Saúde da Fiocruz junto à Defesa Civil, os registros de desastres ligados ao clima mais que dobraram no Brasil, entre 2020 e 2023, passando de quase 3 mil para 6.772.

Esse número alarmante não inclui alguns episódios recentes, como as chuvas históricas no Rio Grande do Sul e as secas recordes verificadas nos rios amazônicos e no Pantanal. De acordo com um relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), mais de 40% da população mundial já está em condição de vulnerabilidade ao estado do clima.

O que é a descarbonização?

Essencial para a mitigação das mudanças climáticas, a descarbonização consiste no processo de reduzir significativamente ou eliminar o dióxido de carbono (CO₂) e outras emissões de gases de efeito estufa (GEE) da atmosfera.

A descarbonização é essencial para limitar o aquecimento global a 1,5 °C até 2050, meta estabelecida no Acordo de Paris, em 2015. Ela é vital, portanto, para evitar consequências como a elevação do nível do mar e a perda de biodiversidade. Trata-se de algo que vai além de um objetivo ambiental ambicioso, mas uma condição para garantir um futuro sustentável para as próximas gerações. 

Como as empresas podem avançar rumo à descarbonização?

Na cadeia da construção civil, há muito o que cada empresa pode fazer para avançar na descarbonização. Algumas ações importantes são:

Realização de inventário de emissões

Tudo começa com a elaboração de um diagnóstico de emissões corporativo. Trata-se de um trabalho de quantificação que visa compreender o perfil de emissões da empresa e subsidiar a definição de metas e de estratégias de redução. 

Elaborar um inventário de carbono exige um esforço grande para levantamento e organização dos dados, que incluem não apenas as emissões sobre as quais a empresa tem controle direto, como também as emissões indiretas, que ocorrem na cadeia de valor da empresa. Porém, a realização do inventário de carbono (ou inventário de GEE) permite às empresas enxergarem oportunidades de negócios no mercado de carbono, atraírem novos investimentos, ou ainda, planejarem processos que garantam eficiência econômica, energética ou operacional.

Definição de metas e estratégias

Conhecendo o perfil de emissões de carbono é possível avançar na definição de estratégias corporativas de redução. Contudo, há um amplo espectro de medidas que podem ser adotadas, desde aquelas para reduzir o desperdício de energia, às que envolvem a substituição de fontes poluentes por alternativas renováveis.

Plano de ação

A etapa seguinte consiste em colocar em prática as estratégias definidas anteriormente. 

Quando o foco é reduzir emissões no desenvolvimento dos empreendimentos, muitas estratégias estão relacionadas aos projetos. Nesse sentido, destaca-se o uso de ferramentas que favoreçam o desenvolvimento de projetos mais eficientes, como o BIM (Building Information Modeling). 

Estratégias de compensação

Muitas vezes, para que as metas de descarbonização sejam alcançadas, pode ser necessário adotar ações de compensação. Isso pode se dar por meio da aquisição de certificados de energia renovável (RECs, do inglês Renewable Energy Certificates) e de créditos de carbono. 

Monitoramento

Um programa de descarbonização não se encerra uma vez que a operação aconteça com eficiência e as emissões sejam compensadas. Por isso, é fundamental haver o monitoramento constante, assim como a busca por melhorias contínuas.

Reporte e transparência

É necessário também garantir um fluxo de comunicação transparente dos resultados do plano de redução de emissões com as partes interessadas. Além disso, uma estratégia eficaz para comunicar ao mercado o comprometimento com a descarbonização é a conquista de certificações ambientais Zero Carbon e Zero Energy para os empreendimentos. 

Oportunidades de descarbonização na construção 

A indústria da construção e o mercado imobiliário têm grande potencial para colaborar com a descarbonização do planeta. A começar pelo desenvolvimento de empreendimentos mais eficientes. Segundo dados da ONU, metade dos edifícios que existirão até 2050 ainda não foram construídos. Isso significa que há uma grande oportunidade para o setor adotar projetos que priorizam resiliência, renovação e reutilização, geração de energia renovável e construção de baixo carbono.

Para reduzir o consumo de combustíveis fósseis e maximizar a eficiência energética, precisamos analisar o carbono incorporado aos edifícios, ou seja, o carbono liberado durante a produção dos materiais de construção.

A racionalização dos processos construtivos por meio da industrialização e da digitalização é outra ação positiva visando a redução de emissões. Destaque para o uso de softwares que permitem otimizar recursos, viabilizam operações paperless (sem papel) e melhoram os controles operacionais, reduzindo desperdícios. 

A Autodoc desenvolve soluções que otimizam a mão de obra e os processos construtivos, tornando toda a cadeia mais simples, sustentável e efetiva. Por exemplo, as construtoras que adotaram o Autodoc GD4, relataram redução de consumo de cerca de 3,7 toneladas de papel. Isso significa uma economia de 7,3 toneladas de CO₂ emitidos apenas com o uso dessa solução.

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Renata Moraes

Renata Moraes é a atual COO da Autodoc Tecnologia, trazendo para a empresa uma vasta experiência de 20 anos no setor de tecnologia e gestão. Com uma sólida formação acadêmica, incluindo um MBA em Gestão, Renata tem se destacado por sua habilidade em liderar equipes e em sua contribuição ao setor construtivo desenvolvendo e aprimorando tecnologias dos produtos AUTODOC.Conecte-se com Renata Moraes no LinkedIn para acompanhar suas insights e contribuições no mundo da tecnologia.

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