No rol de ferramentas que auxiliam no gerenciamento de custos na construção civil, a curva ABC se destaca. O planejamento financeiro da obra é uma etapa crítica para o sucesso dos empreendimentos, exigindo metodologias que ajudem a garantir maior assertividade tanto na elaboração de orçamentos, quanto nos controles de despesas durante a execução.
A curva ABC é uma maneira simples e ágil de identificar a importância relativa entre os diversos itens que compõem um orçamento. Portanto, em momentos de alta variação de preços, sua análise torna-se fundamental para o gestor planejar como atuar para reduzir os impactos dessa flutuação no custo final da obra, evitando estouros em orçamentos.
Você verá neste artigo:
A curva ABC é uma técnica de categorização usada para determinar a importância de itens em um conjunto. Desta forma, ela baseia-se no princípio de Pareto – ou regra do 80/20 — segundo o qual cerca de 80% dos efeitos gerados são causados por 20% dos fatores.
De acordo com definição do Instituto Brasileiro de Auditoria de Obras Públicas, “a curva ABC consiste em uma tabela obtida a partir da planilha contratual ou do orçamento base da licitação. Nela, os itens do orçamento são agrupados e, posteriormente, ordenados por sua importância relativa ao preço total, em ordem decrescente, determinando-se o peso percentual do valor de cada um em relação ao valor total do orçamento. Em seguida são calculados os valores percentuais acumulados desses pesos”.
Ao considerar que nem todos os itens têm a mesma relevância, a curva ABC permite identificar os insumos que são economicamente mais impactantes e que, por isso mesmo, demandam tratamento especial nas fases de compra, armazenamento e gestão.
Ao permitir saber, com clareza, quais elementos estão ocasionando maiores gastos, a curva ABC subsidia a tomada de decisão para a negociação com fornecedores e o controle de estoques.
A curva ABC classifica os insumos em três categorias:
A curva ABC pode ser utilizada na construção civil em vários momentos. Na programação de empreendimentos, ela pode ser aproveitada na elaboração de orçamentos que compõem estudos de viabilidade preliminares. Enquanto, no planejamento de obras, a curva ABC pode ser útil para comparar a curva ABC real do projeto a ser executado com as curvas históricas da construtora.
Na etapa de gerenciamento de obras, a ferramenta se torna muito útil para a gestão de estoques. Nesse caso, sobre os insumos da categoria A, deve-se aplicar controle detalhado de estoque e acompanhamento contínuo. Em contrapartida, os itens da categoria C podem utilizar controles simples, reposição automática e foco em evitar rupturas de estoque. Enquanto, os insumos da categoria B exigem gestão moderada e verificações regulares para garantir disponibilidade e custo-benefício.
Quando falamos em serviços, precisamos controlar, prioritariamente, o desempenho daqueles presentes na categoria A. Isso porque um ganho de produtividade em um serviço nessa faixa proporciona um impacto muito maior.
Segundo o engenheiro Aldo Dórea Mattos, no livro “Como preparar orçamento de obra”, no caso de subcontratação, é importante ter conhecimento de qual posição da curva o subcontratado se encontra. Se ele estiver na faixa A, a construtora precisa redobrar os cuidados, pois uma empresa externa administrará grande parte dos custos da obra.
Em todas as aplicações citadas acima, a análise de curva ABC traz benefícios como:
Para elaborar uma curva ABC consistente, você precisa da descrição detalhada de insumos e materiais da obra, com seus respectivos valores unitários. Na sequência deve-se calcular o valor total de cada categoria multiplicando o custo unitário pelo número de unidades.
Após identificar onde a maioria do orçamento está concentrada, é possível planejar a aquisição e a gestão desses insumos em função de sua importância.
A recomendação, visando garantir uma visão mais estratégica, é realizar diferentes curvas ABC: para materiais, serviços e mão de obra.
Outra boa prática é avaliar a curva ABC de forma contínua, o que permite o reajuste e adequação das estratégias, sempre que necessário.
Nos últimos anos, o desenvolvimento tecnológico permitiu que surgissem múltiplas opções para facilitar a execução de orçamentos, com destaque para a metodologia BIM (Building Information Modeling). Por meio dessa solução, permitiu-se extrair automaticamente quantitativos e insumos para a elaboração de um planejamento físico-financeiro, bem como para a elaboração de curvas ABC mais consistentes e precisas.
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