O BIM em empreendimentos do Minha Casa Minha Vida - Site - Autodoc - Institucional
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O BIM – Building Information Modeling vem se consolidando como o novo paradigma de avanço e digitalização do setor da construção. Já utilizado por múltiplos agentes do mercado imobiliário, a modelagem da informação da construção também pode agregar eficiência e racionalidade à construção de habitações populares, inclusive as do programa Minha Casa Minha Vida.

A metodologia otimiza o orçamento e o alinhamento entre as diversas disciplinas, além de reduzir erros, retrabalhos e desperdícios. Ao mesmo tempo, o BIM induz o cumprimento de prazos, oferece maior confiabilidade aos projetos e economia de recursos. 

Para se ter uma ideia, segundo dados da FGV – Fundação Getúlio Vargas, o uso do BIM na Construção Civil pode reduzir os custos em até 20%.

O déficit habitacional brasileiro

O Brasil convive há muitos anos com um déficit habitacional crescente, em níveis alarmantes.

De acordo com dados da Abrainc – Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias, o crescimento populacional e a formação de novas famílias devem gerar uma demanda de 30,7 milhões de novos domicílios até 2030.

Desse total, 14,4 milhões (46,9%) estarão concentrados na população com renda média, entre três e dez salários mínimos.  A segunda maior demanda, 13 milhões de moradias (42,3%), virá da população de baixa renda, que recebe até três salários mínimos. 

Atualmente, a região que mais sofre com a escassez de moradias no País é o Sudeste, onde há uma falta de mais de 3 milhões de habitações. Na sequência vêm as regiões Nordeste, Sul, Norte e Centro-Oeste.

Para solucionar um problema de tal magnitude, torna-se imperativo o uso de tecnologias e soluções que viabilizem a construção de um grande volume de moradias com qualidade, velocidade, baixo custo e segurança.

O que há de novo no Minha Casa Minha Vida?

O PMCMV – Programa Minha Casa Minha Vida tem como meta contratar, até 2026, dois milhões de moradias.

A primeira versão do Programa foi criada em 2009 oferecendo subsídio e taxa de juros abaixo do mercado para facilitar a aquisição de moradias populares e de conjuntos habitacionais, tanto em áreas urbanizadas, quanto no campo. 

Em 2020 o programa foi extinto para a criação do Casa Verde e Amarela. Agora, em 2023, ele volta a funcionar com novas estratégias e objetivos. Uma das principais novidades é o retorno da Faixa de renda 1, voltada para famílias com renda bruta de até R$ 2.640 (anteriormente, a renda exigida era de R$ 1.800). 

O plano anunciado pelo governo federal é contratar, em 2023, 100 mil unidades nessa faixa, que recebe os maiores subsídios e atende pessoas de menor renda. 

A partir de 2024, a ideia é contratar cerca de 120 mil novas moradias por ano, chegando a um número de aproximadamente 500 mil na Faixa 1 até o fim de 2026.

Outras mudanças realizadas no Minha Casa Minha Vida são a ampliação da inclusão da locação social, a possibilidade de aquisição de moradia urbana usada e o atendimento às famílias em situação de rua.

Também haverá critérios para a seleção dos terrenos que receberão os imóveis e que deverão estar em localidades mais próximas aos centros urbanos e com infraestrutura pública adequada.

Qualidade e desempenho em empreendimentos do Minha Casa Minha Vida

Uma característica inerente aos projetos de habitações de interesse social é o orçamento limitado, que induz a busca por soluções construtivas e materiais econômicos. 

Isso não justifica, contudo, a construção de moradias que não estejam alinhadas às diretrizes da norma brasileira de desempenho de edificações residenciais, a ABNT NBR 15.575.

Os projetos, obras e serviços do novo Minha Casa Minha Vida devem levar em consideração aspectos de acessibilidade e sustentabilidade. Além disso, visando a eficiência na fase de uso das habitações, eles precisam privilegiar equipamentos de maior eficiência energética e materiais de construção de baixo carbono, incluídos aqueles oriundos de reciclagem. 

Há, ainda, a necessidade de atendimento às diretrizes do PBQP-H – Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat.

Como o BIM colabora para projetos habitacionais e de interesse social?

Você sabe que, quando aplicada corretamente, a metodologia BIM pode trazer vários benefícios para diferentes agentes da cadeia da construção. 

Para o contratante, por exemplo, a modelagem da informação da construção permite reduzir prazos e custos e adiciona maior transparência graças à melhor visualização do projeto. 

Para quem constrói, o BIM colabora não apenas com a verificação de interferências nos projetos, como pode ser integrada a ferramentas de planejamento e orçamentação, agregando agilidade e diminuição de erros. O modelo pode, ainda, incorporar informações sobre cronograma, sequência de obra e fases de implantação. 

Para os escritórios de projeto, a modelagem da informação da construção também pode proporcionar benefícios relevantes. Entre eles, agilidade, redução de revisões, diminuição de erros e mais produtividade.

Em função da precisão que proporciona, o BIM se tornou imprescindível para as construtoras que utilizam sistemas construtivos industrializados, sobretudo os off-site, cujos componentes (paredes, lajes etc) são produzidos em fábricas e chegam ao canteiro prontos para a montagem.

Esse tipo de sistema construtivo resolve ao menos três grandes desafios associados à construção de habitações populares:

  1. Produzir em velocidade maior do que o crescimento populacional;
  2. Escassez de mão de obra na Construção Civil;
  3. Necessidade de assegurar controle tecnológico e desempenho.

De acordo com o estudo “Reinventing Construction: A route to higher productivity”, da McKinsey, a construção modular off-site tem potencial de reduzir em pelo menos 50% os prazos de obra e em 20% os custos de construção.

O que o governo vem fazendo para a promoção do BIM?

Por definição, o BIM consiste em um conjunto de políticas, processos e tecnologias que, quando combinados, culminam em uma metodologia para gerenciar o processo de projetar uma edificação e ensaiar seu desempenho, bem como para administrar suas informações via plataformas digitais, em todo o seu ciclo de vida. 

Em outras palavras, mais do que um conjunto de softwares, o BIM é um processo evolutivo baseado em gestão da informação e em colaboração.

Ao longo dos últimos anos, tem-se notado uma forte mobilização da cadeia da construção e do poder público para estabelecer uma política para o uso da modelagem da informação da construção. O entendimento é o de que essa transformação tecnológica é necessária para colocar o Brasil em um novo patamar de desenvolvimento industrial, eficiência e competitividade.

Um dos resultados deste engajamento foi a criação do comitê gestor do BIM e da Estratégia BIM Brasil visando a difusão da modelagem da informação da construção no país.

Outro marco foi a exigência gradual da modelagem da informação da construção nas licitações públicas que envolvem projetos e obras desde janeiro de 2021, com o decreto nº 10.306/2020.

Todos esses movimentos permitem constatar que: 

1) Há uma crescente preocupação perante os órgãos federais com a implementação da modelagem da informação da construção.

2) O BIM já não é um diferencial a ser oferecido. Trata-se de uma necessidade para quem não quer ficar para trás e ser alijado de licitações e concorrências.

Comentários finais sobre o BIM nos empreendimentos do Minha Casa Minha Vida

No artigo de hoje você viu que, diante da necessidade de construir um volume enorme de habitações com qualidade e eficiência, a utilização de inovações nos processos de construção torna-se imprescindível. Não é possível imaginar que será possível reduzir o déficit habitacional com sistemas de produção arcaicos e sem o apoio da digitalização.

Nesse ponto, o BIM se sobressai. Primeiro porque ele é um catalisador de outras tecnologias acessórias. Depois porque ele oferece uma possibilidade concreta de viabilizar o desenvolvimento de projetos com qualidade e obras com maior previsibilidade de custos.

#Ficaadica!

Antes de encerrar, recomendamos a leitura de “Desmistificando o BIM: Esclarecendo mitos sobre a implantação”. Este e-book, desenvolvido pela Autodoc, esclarece, de forma bastante objetiva, os principais questionamentos que envolvem a modelagem da informação da construção. 

Disponível para download gratuito, a publicação foi elaborada com o apoio de especialistas no assunto e inspirado nas estruturas dos FAQs – Frequently Asked Questions. O conteúdo rico foi idealizado para os profissionais que estão em etapas iniciais ou intermediárias de suas jornadas de implantação. Não perca!

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