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O ESG, sigla do inglês Environmental, Social and Governance, vem impactando diferentes setores da economia, no Brasil e no mundo. O movimento de adesão aos princípios ESG na construção também vem adquirindo tração, impulsionado por grandes gestores de recursos e fundos de pensão que entendem que aplicar em empresas comprometidas com compliance e com responsabilidade socioambiental é mais seguro e rentável.
Esse contexto tem levado as empresas a buscarem meios de estruturar suas ações nas esferas ambiental, social e de governança. Essa jornada não é fácil, mas fica mais simples com o apoio das tecnologias digitais.
Siga conosco para entender melhor:
Quais são os três pilares do ESG?
A aplicação dos princípios ESG na construção civil tem se tornado cada vez mais um requisito obrigatório para a gestão de imagem e rentabilidade das companhias.
O termo ESG refere-se a um conjunto de esforços ambientais, sociais e de governança que tem como objetivo gerar valor para a sociedade, para além do lucro econômico.
Em função da abrangência e da complexidade do tema, incorporar princípios ESG à cultura de uma empresa é uma missão desafiadora, com reflexos em diferentes setores. As ações, que precisam ser aderentes ao negócio da companhia são organizadas, de modo geral, no seguinte tripé:
- Meio ambiente: envolve ações sobre problemas como mudanças climáticas, emissões de poluentes, gestão de resíduos e eficiência energética.
- Social: contempla práticas com impacto positivo na comunidade, em saúde e segurança, nos direitos dos trabalhadores e na relação com os clientes. Também inclui políticas de inclusão e diversidade, além de envolvimento com iniciativas sociais.
- Governança corporativa: nesse grupo estão as boas práticas de gestão de riscos, transparência fiscal, programas anticorrupção e direitos dos acionistas, por exemplo.
Por que investir em ESG na construção?
O ESG consiste em uma nova forma de pensar os negócios com transparência e comprometimento. Segundo dados da Bloomberg, o montante mundial de alguma forma ligado a essa sigla representou US$ 38 trilhões em 2020 e deve chegar em 2025 a US$ 53 trilhões.
Para os executivos essa também é uma questão relevante. Na mesma pesquisa da Bloomberg, 55% dos entrevistados afirmaram que o ESG está entre suas principais prioridades atualmente. Já 84% dos consultados responderam que os fatores ESG ajudam a ter uma estratégia corporativa mais robusta, além de favorecer a reputação da empresa e o acesso a investimentos.
Por falar em acesso a capital, 85% dos investidores planejam aumentar seus investimentos em ESG nos próximos cinco anos. Para 90% deles, investir em empresas responsáveis pode gerar retorno financeiro acima do mercado pelos próximos 12 meses.
E tem mais: segundo uma pesquisa da PwC, 83% dos consumidores acreditam que as empresas devem se moldar às melhores práticas de ESG. Enquanto isso, 76% dos entrevistados disseram que vão deixar de consumir de marcas que não possuem compromissos com a sociedade, com o meio-ambiente e com seus funcionários.
Como está o cenário do ESG no Brasil?
Por aqui, temos visto construtoras e incorporadoras investindo na capacitação de suas equipes e adotando múltiplas estratégias para se adaptar a esse novo contexto. Contudo, o assunto ainda caminha a passos lentos.
De acordo com estudo da Grant Thornton em parceria com a XP Inc. e a Fundação Dom Cabral, 75% dos líderes de empresas de capital aberto consideram o ESG uma prioridade. Porém, somente 14% deles levam esses aspectos em consideração no momento da tomada de decisões.
Já o relatório “Líderes de Negócios e ESG’’, da Data Makers, mostra as maiores barreiras para a implementação de boas práticas de responsabilidade ambiental, social e de governança no país. Segundo quase metade dos respondentes (49%), a falta de conhecimento é um empecilho, além do imediatismo na busca por resultados, apontado por 48% das pessoas. Outras dificuldades mencionadas foram a falta de profissionalismo (46%), a não priorização do tema (45%) e o descomprometimento da liderança (41%).
Qual é a importância do ESG na construção civil?
Confira abaixo alguns ganhos que podem ser conquistados com uma estratégia consistente voltada para o ESG:
- Economia de recursos: uma obra sustentável é aquela com menos desperdícios e com um planejamento que visa o uso responsável de matéria-primas.
- Retenção de talentos: segundo a pesquisa já citada da PwC, 86% dos funcionários preferem apoiar ou trabalhar em empresas que possuem uma política ESG estabelecida.
- Desempenho financeiro: além da economia através do consumo racional de recursos, a implementação de práticas ESG ajuda a atrair capital, já que esse é um aspecto valorizado por bancos e fundos de investimento.
- Gestão de reputação: segundo o Panorama ESG no Brasil 2023, realizado pela Amcham Brasil, 61% das empresas que adotaram o ESG identificaram o fortalecimento da imagem da companhia no mercado.
- Fidelização de clientes: em uma sociedade onde o consumo consciente ganha foco, os clientes tendem a comparar empresas similares, optando por aquelas que assumem compromissos com o meio ambiente e com a comunidade.
- Acompanhamento de tendências: adotar medidas ESG mostra que a empresa está preocupada em se adequar a uma nova realidade, atendendo às demandas da sociedade contemporânea.
“Quando uma empresa aprimora sua governança, significa que ela trabalha de forma transparente para suas partes interessadas. Ao mesmo tempo, as estratégias sustentáveis do ponto de vista ambiental e social são essenciais para que a nossa cadeia produtiva possa contribuir para o planeta e para a sociedade na qual ela se insere”, comenta Roberto de Souza, CEO do CTE (Centro de Tecnologia de Edificações). Segundo ele, os benefícios para a companhia que adere aos princípios ESG são enormes, a começar pela reputação adquirida perante seus stakeholders, a comunidade e a sociedade.
Como a tecnologia contribui para a jornada ESG na construção civil?
Para fazer com que o ESG na construção civil deixe o âmbito do discurso para se transformar em prática corporativa, as tecnologias digitais são aliadas importantes.
O relatório “Sinais de mudança e a pauta de riscos – Questões ambientais, sociais e de governança (ESG)”, da KPMG, apresenta vários aspectos da digitalização essenciais para promover o ESG. Entre eles, as ferramentas de cibersegurança, que protegem dados das corporações, de seus clientes e de fornecedores, além de contribuírem para as boas práticas de governança. Também existem ferramentas de automação, que otimizam o uso de recursos como energia e água.
No caso específico das construtoras, softwares como o Autodoc GD4, que fazem a gestão de documentos legais, fiscais, de saúde e Segurança do Trabalho, estão diretamente alinhados com os pilares ambiental, social e de governança do ESG. Sabe por quê?
- O software permite que a obra aconteça em conformidade com as normas de Saúde e Segurança do Trabalho, reduzindo os riscos de acidentes e de processos trabalhistas. Portanto, trata-se de uma ação de responsabilidade social;
- A digitalização da gestão de documentos proporciona maior controle e transparência, fortalecendo os mecanismos de governança;
- A digitalização com o GD4 dispensa a necessidade de imprimir documentos relacionados ao cadastro dos funcionários. Construtoras que implantaram o software relataram redução de consumo de cerca de 3,7 toneladas de papel, o que significa uma economia de R$ 156 mil e uma redução de 7,3 toneladas de gases do efeito estufa emitidos.
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O que vimos hoje sobre ESG na construção civil?
No artigo de hoje, você viu que os negócios ESG são aqueles que combinam lucro com propósito. Eles partem do entendimento de que cuidar de questões sociais, ambientais e da governança, além de prover um futuro melhor, aumenta o retorno financeiro.
Você também percebeu que, aos poucos, a construção civil vai se engajando nesse movimento, seja por pressão de seus clientes ou do mercado financeiro.
A transformação digital, tão importante para que o setor dê um salto de produtividade, também favorece as iniciativas ESG. Boas ferramentas tecnológicas associadas a processos racionais permitem que a empresa opere com mais eficiência e controle, minimizando desvios de conduta, melhorando a transparência e a comunicação.