Atuando desde 2003 com soluções tecnológicas e de TI diferenciadas, a Autodoc tornou-se referência no mercado da construção. Já conquistou mais de 1.500 clientes no Brasil e em sete outros países, e conta hoje com mais de 100 mil usuários de suas soluções.
O segredo deste sucesso? Um modelo de gestão de negócios pautado em um trabalho totalmente dedicado aos seus clientes, com o propósito de permitir sua evolução e competitividade no mercado. Ou seja, a necessidade do cliente é, desde o início, compartilhada com toda a equipe Autodoc para que se encontre as melhores soluções, de fácil usabilidade, com foco em inovação e orientação para o futuro, para as pessoas e mercado.
Acompanhe o bate-papo com Ana Cecília Ribeiro, CEO da Autodoc, para saber mais dessa dedicação e atuação da empresa, e também de perspectivas que percebe na área da Tecnologia da Informação.
O avanço tecnológico tem exercido relevante papel nos processos e negócios das empresas e, por consequência, tem estimulado um novo ambiente competitivo no mercado. Como a Autodoc atua neste cenário?
Ana Cecília Ribeiro – As mudanças no cenário tecnológico são muito rápidas e hoje estão ao alcance de praticamente todas as empresas. Por isso, elas precisam estar ligadas às tendências e abertas a inovações tecnológicas se quiserem concorrer de igual para igual no mercado.
A Autodoc, nos últimos anos, teve a oportunidade de estar presente em muitas empresas do mercado da construção, em mais de 1.500, desde o advento e adoção em grande escala dos sistemas ERP. Esse contato direto nos deu o know-how para entender tanto as dificuldades de nossos clientes para transitar entre as mais diversas tecnologias disponíveis, como suas demandas específicas por novas soluções, que sistemas mais generalistas não atendiam.
Por isso, fomos desenvolvendo nossos sistemas levando em conta sempre dois fatores. Primeiro, focamos na necessidade do cliente, que é interpretada pela nossa área de desenvolvimento de produto segundo a perspectiva de absorção de uma mesma solução por outras empresas e com o mesmo modelo de negócio. Se não analisarmos este dado, estamos fadados a criar um produto natimorto, sem perspectiva de expansão.
Segundo, analisamos o quanto podemos embarcar de tecnologia nessa nova solução, de forma que o novo produto tenha o melhor custo-benefício possível, de acordo com o que o mercado valoriza. Buscamos, assim, introduzir o máximo de tecnologia possível nos nossos produtos, mesmo que nosso cliente não a perceba de imediato, porque é essa tecnologia mais avançada que permite, ao cliente e ao nosso negócio, navegar com melhor performance e com uma resposta mais rápida às solicitações futuras de mudança.
Desde que iniciamos no mercado, nossas soluções avançaram muito no que diz respeito à usabilidade, desenvolvimento de software e infraestrutura. Temos uma experiência em modelos de comercialização em Software como Serviço de mais de 12 anos, o que nos deixa muito mais confortáveis em assimilar novas tecnologias de cloud computing, webplatform, múltiplas integrações e, agora, de aperfeiçoamento das integrações com mobilidade dos nossos softwares já existentes.
Ou seja, temos acompanhado e alavancado todo esse avanço tecnológico, que, embora num primeiro momento seja ‘invisível’ aos olhos dos clientes e usuários, é o que comanda cada vez mais as ações de seu dia a dia, seu desempenho e agilidade no mercado.
“Muitas barreiras já foram quebradas no setor da construção nestes últimos anos. O ponto crítico, na verdade, é desenvolver soluções consistentes para as empresas utilizarem em alta escala.”
Empresas brasileiras da construção civil vêm incorporando cada vez mais as novas Tecnologias da Informação (TI). Você acredita que ainda há barreiras que impedem o uso desta tecnologia no setor da construção em larga escala?
ACR – Acredito que muitas barreiras já foram quebradas no setor da construção nestes últimos anos. O ponto crítico, na verdade, é desenvolver soluções consistentes para as empresas utilizarem em alta escala. Por ser um setor de atividades variadas e bastante complexas, não é simples esta percepção e desenvolvimento, que envolve um grande investimento em um trabalho bem elaborado em desenho da solução, desenvolvimento de software, adequada infraestrutura, eficiente suporte e manutenção e uma relação comprovada do custo-benefício.
A questão do custo, por isso, é ainda uma questão mal dimensionada, principalmente no que se refere aos resultados ao longo prazo. Algumas empresas, por exemplo, optam por soluções generalistas e utilizadas em alta escala, mas que não suprem, no decorrer do tempo, as demandas específicas ou técnicas do seu negócio. Outras empresas resolvem adotar soluções “caseiras”, acreditando que seria mais vantajoso desenvolver sistemas próprios; porém, como o seu core business não é TI, na maioria das vezes estas soluções fracassam.
Neste cenário também se enquadram soluções “mirabolantes” de startups que não têm muita experiência em como escalar o seu produto ou em processo formal de produção de software. Modelos de startup são muito vantajosas para mercados de alta escala, mas encontram dificuldade no mercado de engenharia técnico.
Ou seja, as soluções de TI para processos muito técnicos, como as que desenvolvemos, estão muito atreladas à concepção de um projeto de usabilidade, de banco de dados, de linguagem de programação, de infraestrutura, enfim, a uma série de especificidades que demandam tempo e investimento. Por isso, o custo-benefício deve ser percebido dentro de toda essa esfera, seja pelo desenvolvedor das soluções ou pelo cliente.
Como a Autodoc lida com o desenvolvimento de seus sistemas especialistas? Quais suas fontes de conhecimento para investigar problemas e propor soluções?
ACR – Sistemas especialistas são aqueles que atendem a uma área específica do conhecimento, como é o caso dos sistemas Autodoc, cujo background é o de engenharia civil. Temos uma parceria estratégica com o CTE – Centro de Tecnologia de Edificações há mais de 15 anos, o que nos possibilita desenvolver sistemas utilizando as premissas da Engenharia de forma mais funcional e também “simular” de forma concreta as soluções.
Além do background interno e da base de conhecimento do CTE, utilizamos também o conhecimento que adquirimos atuando no mercado, uma vez que mais de 1.200 clientes são empresas do setor da construção e incorporação. Como a distribuição da nossa base de clientes no Brasil é regionalizada, pois atuamos em 18 Estados, é muito rico o input de informações para o desenvolvimento de um novo produto.
Assim, quando as demandas chegam, nós as organizamos em função da necessidade compartilhada, isto é, quanto mais uma necessidade de um cliente é demandada por diferentes empresas, maior será a prioridade que daremos para esta demanda. A partir daí, iniciamos o processo de conhecimento aprofundado dos “problemas” para desenharmos a solução.
Internamente, tentamos atuar de forma muito complementar entre as áreas de conhecimento dos profissionais que trabalham na empresa e estão à frente de cada uma das áreas. Hoje, de forma bem simplificada, temos a área de desenvolvimento de software – a nossa softwarehouse – buscando incessantemente inovações e melhorias de processo, como, por exemplo, a utilização de metodologias ágeis para desenvolvimento, já estabilizadas há mais de dois anos. Temos também uma área de UX, que desenvolve os projetos dos nossos sistemas e que está muito focada no usuário.
“Somos uma empresa muito técnica com equipe especializada: profissionais formados em engenharia civil e arquitetura trabalhando com profissionais de programação em diferentes plataformas e modelagens.”
De um modo geral, para onde apontam os sistemas Autodoc e em que esfera de soluções eles se movimentam?
ACR – As soluções Autodoc já nasceram com a estrutura Cloud Computing e oferecendo SaaS – Software como Serviço. A partir daí, o nosso conhecimento de Cloud e de seus benefícios, bem como suas limitações, foram sempre operadas na prática. Felizmente, na nossa estrutura organizacional, além do valor que damos a estudos e metodologias, gostamos de por a “mão-na-massa” para fazer as coisas acontecerem, obviamente sempre analisando riscos e considerando padrões e processos internos estabilizados e de boas práticas.
Os produtos Autodoc mudaram muito nos últimos anos. Há três anos, por exemplo, fizemos a mudança completa na plataforma do nosso produto mais conhecido hoje no mercado, o Autodoc Projetos. Um trabalho bastante complexo: foi como, praticamente, trocar uma peça do motor de um carro em movimento.
Mas, a partir dessa experiência, tivemos a certeza de que seria fundamental trabalhar com novas tecnologias, com uma linguagem de programação moderna, com design mais arrojado, com um novo modelo de banco de dados e infraestrutura, para manter um produto em sintonia com o mercado. Passamos também a pensar mais sob o ponto de vista de Usabilidade do Usuário, desenvolvendo processos internos de alinhamento e descrição das regras de negócios dos nossos sistemas, de forma a termos produtos muito melhores.
Hoje os sistemas e soluções Autodoc são utilizados em mais de sete países e por mais de 100 mil usuários. Quais fatores têm contribuído para este significativo alcance?
ACR – Primeiramente, a seriedade como encaramos o trabalho ao desenvolver nossos sistemas e atender aos nossos clientes.
Outra característica muito importante está em sermos uma empresa muito técnica e com equipe especializada. Temos profissionais originalmente formados em engenharia civil e arquitetura, que, no decorrer de seu trabalho interno, aprendem o básico de desenvolvimento de sistemas. Eles são o drive inicial do nosso processo e de design de interface e regras de negócios. Temos também um time afinado de profissionais de programação em diferentes plataformas, área de modelagem de banco de dados, área de testes e homologação de sistemas, onde todos trabalham integrados por meio de metodologia ágil.
Outro fator importante está ligado a nossa área de Devops, que atualmente trabalha para fazer a integração das atividades dos nossos programadores com a nossa infraestrutura. Para segurar todo este tráfego de mais de 100 mil usuários, temos investido muito em infraestrutura.
Ou seja, acreditamos que os clientes e usuários permanecem conosco em função dos nossos softwares consistentes e do nosso atendimento diferenciado.
Qual a atuação e o alcance da Autodoc que você prevê em um futuro próximo?
ACR – Claro que trabalhamos hoje para ampliar nossa atuação nacional, seja ofertando soluções já bem validadas pelo setor da construção, como o Autodoc Projetos e Autodoc Qualidade, ou remodelando outros produtos que possam servir de forma mais efetiva às empresas e automatizar seus processos, como que é caso do Autodoc Assistência Técnica (SAT) e sua integração com o sistema Entrega de Obras.
Outra diretriz para sedimentar nosso alcance é termos a concepção de novos produtos sempre com a sua versão mobile. Acreditamos que a mobilidade, tanto ligada aos dispositivos de tablets como aos smartphones, é um caminho sem volta. Hoje existe uma demanda crescente dentre os nossos usuários em utilizar cada vez mais este tipo de interface.
Dentro desta concepção, estamos lançando um novo produto, o Autodoc GD4. Depois de mais de três anos de desenvolvimento, chegamos a uma solução que faz o gerenciamento da documentação legal e fiscal dos colaborares que trabalham nos canteiros de obras, bem como dos fornecedores de serviços que subcontratam estes colaboradores.
Este foi um salto na concepção e conceito de nossos produtos. Primeiro, porque a versão inicial foi desenvolvida em conjunto com uma construtora, a Even, e testada em seus canteiros. Segundo, porque avançamos nas versões posteriores até remodelarmos por nossa conta toda a solução, no sentido de avançar na automatização e integração de um processo: mais do que um aplicativo especialista de gestão de documentação, o GD4 é um software de compliance, de gestão da documentação de fornecedor e colaborador, um propulsor da mitigação de risco legal e fiscal da Construtora.
Nos próximos anos, esperamos desenvolver mais produtos com objetivos de proteção para a empresa e redução de risco, como o GD4. E, é claro, iremos ofertar o GD4 em breve em todo o Brasil, já integrado à nossa Catraca Virtual, oferecida também com mobilidade.
Ana Cecília Ribeiro é Engenheira Civil pela Escola Politécnica da USP, com MBA em Governança de TI pelo Instituto de Tecnologia Mauá. Executiva com atuação em Tecnologia da Informação no segmento de SaaS (Software as a Service), com foco no mercado de construção civil, é responsável pelo desenvolvimento dos produtos e da estratégia de implantação, manutenção e comercialização de TI (sistemas, infraestrutura, web e suporte) oferecidos pela Autodoc.