Dengue nos canteiros de obras: como evitar essa e outras doenças? - Site - Autodoc - Institucional
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A adoção de ações contundentes para evitar a dengue nos canteiros de obras é mais que necessária diante do aumento do número de casos e, consequentemente, de mortes. 

No Brasil, a dengue já é considerada epidêmica, com taxa de incidência superior a 590 casos por 100 mil habitantes. Nos primeiros três meses de 2024, foram mais de 1 milhão de casos (prováveis e confirmados). A preocupação é tamanha que, nesse período, nove estados e o Distrito Federal já haviam decretado estado de emergência em função da expansão da doença.

A gravidade da situação exige que ações sejam realizadas em todas as esferas. Pelas construtoras, inclusive. Até porque, segundo o Ministério da Saúde, 20% dos focos de dengue no país estão em canteiros de obras. Nesse contexto, fica clara a necessidade de ações efetivas para prevenir a dengue nos canteiros de obras. 

Além de ser uma atitude de responsabilidade com a sociedade e seus trabalhadores, impedir que as obras contribuam para a ocorrência da doença é necessário, também, para evitar que as construtoras sofram sanções de órgãos públicos. Em Goiânia (GO), por exemplo, uma construtora foi multada em R$ 19 mil após focos de mosquitos Aedes aegypti terem sido encontrados, pela segunda vez, em uma obra.

O que é a dengue?

A dengue é uma doença infecciosa febril aguda causada por um vírus transmitido pela fêmea do mosquito Aedes aegypti (quando também infectada pelos vírus). A pessoa picada pode sofrer tanto a manifestação clássica da doença, quanto a forma considerada hemorrágica, que pode ser fatal.

Além da dengue, o Aedes aegypti é transmissor de outras doenças graves, como zika (associada a casos de microcefalia), chikungunya e febre-amarela. Diferente de outros mosquitos, esse vetor pode picar muitas pessoas seguidamente, fazendo com que os vírus que ele carrega possam se espalhar muito rapidamente.

De acordo com o Ministério da Saúde, o aumento de casos de dengue no Brasil se deve a uma combinação de fatores que inclui calor excessivo e chuvas intensas (possíveis efeitos do fenômeno natural El Niño) e o surgimento de novos sorotipos no Brasil. Outras condições favoráveis para a presença do mosquito transmissor são a urbanização, o crescimento desordenado da população e o saneamento básico deficitário.

Como prevenir a dengue nos canteiros de obras?

Embora já exista vacina contra a dengue, a principal estratégia para prevenir as doenças transmitidas pelo Aedes Aegypti ainda consiste na eliminação dos locais propícios para a proliferação desses insetos. Estamos falando, principalmente, de áreas com acúmulo de água parada, ambientes onde a fêmea do mosquito costuma depositar seus ovos. 

Em um canteiro de obras, há muitas oportunidades para o acúmulo de água, daí a necessidade de serem adotadas medidas para eliminar possíveis criadouros de mosquitos.

O Seconci-SP (Serviço Social da Construção Civil do Estado de São Paulo) elaborou uma lista com boas práticas que devem ser adotadas nos canteiros de obras. Confira a seguir:

  • Realizar inspeções regulares em locais que podem manter água parada e se transformar em criadouro de Aedes Aegypti. Alguns exemplos são os bolsões formados por lonas, carrinhos de mão, betoneiras, lajes, valas de drenagem, fossos de elevadores e locais de descarte. Outros pontos críticos da obra que tendem a acumular água são embalagens, como latas e baldes, equipamentos e materiais estocados da obra;
  • Manter sempre caixas d’água e outros reservatórios cobertos;
  • Adicionar cloro em locais de estocagem de água não-potável. Mas, atenção, essa substância não pode ser utilizada em reservatórios de água para uso humano ou animal;
  • Realizar o descarte do lixo corretamente. Também é importante que as construtoras promovam campanhas de conscientização com seus colaboradores visando evitar acúmulo de água e lixo;
  • Para a proteção de todos, e também para assegurar condições mais favoráveis à produção, o canteiro de obras deve ser mantido limpo, sem entulhos e resíduos;
  • Para os trabalhadores, recomenda-se o uso de roupas que cubram a maior parte do corpo, como mangas longas e calças, para reduzir a exposição ao mosquito’
  • A construtora deve avaliar a possibilidade de aplicação de inseticidas nas áreas com maior incidência de mosquitos, seguindo as orientações de profissionais especializados;
  • Outra prática recomendada é abordar a prevenção da dengue nos Diálogos Diários ou Semanais de Segurança. Essa oportunidade é interessante, inclusive, para incentivar os colaboradores a levarem os cuidados aprendidos para casa, garantindo a segurança não apenas no ambiente de trabalho, mas também em suas residências;
  • Manter contato com as autoridades locais de saúde para obter orientações específicas para a região e garantir ações coordenadas.

Entidades setoriais, como os Seconci, têm realizado palestras nos canteiros de obras para promover a conscientização sobre a doença e disseminar boas práticas de prevenção. As construtoras podem se aproveitar desse serviço para levar ainda mais conhecimento a seus trabalhadores.

Quais são os sintomas da dengue?

A dengue tem como principais sintomas:

  • Febre alta
  • Dor de cabeça
  • Dores nas articulações 
  • Dores atrás dos olhos
  • Náuseas
  • Tontura
  • Cansaço extremo
  • Manchas pelo corpo
  • Perda de apetite e de paladar.

Os primeiros sinais costumam aparecer de 2 a 9 dias após o contágio, período de incubação da doença. Já a detecção da dengue ocorre por meio de exame de sangue, realizado preferencialmente a partir do sexto dia de contaminação, quando os resultados são mais conclusivos.

Segundo Seconci-SP, “o vírus da dengue possui quatro variações e, uma vez infectada, a pessoa fica imune somente àquele tipo da doença. Por isso, um paciente pode contrair a dengue até quatro vezes”, alerta a entidade.

A dengue hemorrágica é a forma mais grave da doença e requer intervenção médica urgente. Nesse caso, além dos sintomas convencionais, a pessoa pode apresentar:

  • Dor abdominal é intensa;
  • Vômitos persistentes ou com sangue;
  • Sangramentos sob a pele que podem se manifestar como manchas roxas;
  • Fraqueza extrema, pressão arterial baixa, confusão e palidez;
  • Desmaios.

Quanto ao tratamento, ele é focado na atenuação dos sintomas e na hidratação intensa do paciente. Não devem ser usados medicamentos à base de ácido acetil salicílico e anti-inflamatórios, como aspirina e ibuprofeno, uma vez que eles podem aumentar o risco de hemorragias.

Quais são os impactos econômicos da dengue?

Doenças como a dengue acarretam um importante ônus socioeconômico e impõem um desafio para a saúde pública.

De acordo com um estudo da Federação das Indústrias de Minas Gerais (FIEMG), o Brasil pode sofrer uma queda de até R$ 7 bilhões do Produto Interno Bruto (PIB) devido à redução da produtividade causada pelos efeitos das doenças provocadas pelo Aedes Aegypti. O levantamento considera que 60% das pessoas infectadas correspondem à população economicamente ativa. Também leva em conta três doenças transmitidas pelo mosquito: dengue, zika e chikungunya, em um cenário esperado com 4,2 milhões de infectados no país. O estudo soma, além dos custos com tratamento, o quanto a economia perde com o absenteísmo decorrente do afastamento do trabalho.

O que vimos hoje sobre o combate a dengue nos canteiros de obras?

Combater a dengue e as demais doenças transmitidas pelo Aedes Aegypti é uma responsabilidade de todos que não pode ser negligenciada, inclusive por construtoras e trabalhadores da construção civil. 

No artigo de hoje você viu que as ações para evitar que o mosquito se multiplique não são complexas ou custosas. Elas exigem, basicamente, cuidado com a limpeza no canteiro, vigilância constante, além de conscientização e engajamento de todos.

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