Dengue nos canteiros de obras: como evitar essa e outras doenças? - Autodoc

Dengue nos canteiros de obras: como evitar essa e outras doenças?

Tempo estimado de leitura: 7 minutos

A adoção de ações contundentes para evitar a dengue nos canteiros de obras é mais que necessária diante do aumento do número de casos e, consequentemente, de mortes. 

No Brasil, a dengue já é considerada epidêmica, com taxa de incidência superior a 590 casos por 100 mil habitantes. Nos primeiros três meses de 2024, foram mais de 1 milhão de casos (prováveis e confirmados). A preocupação é tamanha que, nesse período, nove estados e o Distrito Federal já haviam decretado estado de emergência em função da expansão da doença.

A gravidade da situação exige que ações sejam realizadas em todas as esferas. Pelas construtoras, inclusive. Até porque, segundo o Ministério da Saúde, 20% dos focos de dengue no país estão em canteiros de obras. Nesse contexto, fica clara a necessidade de ações efetivas para prevenir a dengue nos canteiros de obras. 

Além de ser uma atitude de responsabilidade com a sociedade e seus trabalhadores, impedir que as obras contribuam para a ocorrência da doença é necessário, também, para evitar que as construtoras sofram sanções de órgãos públicos. Em Goiânia (GO), por exemplo, uma construtora foi multada em R$ 19 mil após focos de mosquitos Aedes aegypti terem sido encontrados, pela segunda vez, em uma obra.

O que é a dengue?

A dengue é uma doença infecciosa febril aguda causada por um vírus transmitido pela fêmea do mosquito Aedes aegypti (quando também infectada pelos vírus). A pessoa picada pode sofrer tanto a manifestação clássica da doença, quanto a forma considerada hemorrágica, que pode ser fatal.

Além da dengue, o Aedes aegypti é transmissor de outras doenças graves, como zika (associada a casos de microcefalia), chikungunya e febre-amarela. Diferente de outros mosquitos, esse vetor pode picar muitas pessoas seguidamente, fazendo com que os vírus que ele carrega possam se espalhar muito rapidamente.

De acordo com o Ministério da Saúde, o aumento de casos de dengue no Brasil se deve a uma combinação de fatores que inclui calor excessivo e chuvas intensas (possíveis efeitos do fenômeno natural El Niño) e o surgimento de novos sorotipos no Brasil. Outras condições favoráveis para a presença do mosquito transmissor são a urbanização, o crescimento desordenado da população e o saneamento básico deficitário.

Como prevenir a dengue nos canteiros de obras?

Embora já exista vacina contra a dengue, a principal estratégia para prevenir as doenças transmitidas pelo Aedes Aegypti ainda consiste na eliminação dos locais propícios para a proliferação desses insetos. Estamos falando, principalmente, de áreas com acúmulo de água parada, ambientes onde a fêmea do mosquito costuma depositar seus ovos. 

Em um canteiro de obras, há muitas oportunidades para o acúmulo de água, daí a necessidade de serem adotadas medidas para eliminar possíveis criadouros de mosquitos.

O Seconci-SP (Serviço Social da Construção Civil do Estado de São Paulo) elaborou uma lista com boas práticas que devem ser adotadas nos canteiros de obras. Confira a seguir:

  • Realizar inspeções regulares em locais que podem manter água parada e se transformar em criadouro de Aedes Aegypti. Alguns exemplos são os bolsões formados por lonas, carrinhos de mão, betoneiras, lajes, valas de drenagem, fossos de elevadores e locais de descarte. Outros pontos críticos da obra que tendem a acumular água são embalagens, como latas e baldes, equipamentos e materiais estocados da obra;
  • Manter sempre caixas d’água e outros reservatórios cobertos;
  • Adicionar cloro em locais de estocagem de água não-potável. Mas, atenção, essa substância não pode ser utilizada em reservatórios de água para uso humano ou animal;
  • Realizar o descarte do lixo corretamente. Também é importante que as construtoras promovam campanhas de conscientização com seus colaboradores visando evitar acúmulo de água e lixo;
  • Para a proteção de todos, e também para assegurar condições mais favoráveis à produção, o canteiro de obras deve ser mantido limpo, sem entulhos e resíduos;
  • Para os trabalhadores, recomenda-se o uso de roupas que cubram a maior parte do corpo, como mangas longas e calças, para reduzir a exposição ao mosquito’
  • A construtora deve avaliar a possibilidade de aplicação de inseticidas nas áreas com maior incidência de mosquitos, seguindo as orientações de profissionais especializados;
  • Outra prática recomendada é abordar a prevenção da dengue nos Diálogos Diários ou Semanais de Segurança. Essa oportunidade é interessante, inclusive, para incentivar os colaboradores a levarem os cuidados aprendidos para casa, garantindo a segurança não apenas no ambiente de trabalho, mas também em suas residências;
  • Manter contato com as autoridades locais de saúde para obter orientações específicas para a região e garantir ações coordenadas.

Entidades setoriais, como os Seconci, têm realizado palestras nos canteiros de obras para promover a conscientização sobre a doença e disseminar boas práticas de prevenção. As construtoras podem se aproveitar desse serviço para levar ainda mais conhecimento a seus trabalhadores.

Quais são os sintomas da dengue?

A dengue tem como principais sintomas:

  • Febre alta
  • Dor de cabeça
  • Dores nas articulações 
  • Dores atrás dos olhos
  • Náuseas
  • Tontura
  • Cansaço extremo
  • Manchas pelo corpo
  • Perda de apetite e de paladar.

Os primeiros sinais costumam aparecer de 2 a 9 dias após o contágio, período de incubação da doença. Já a detecção da dengue ocorre por meio de exame de sangue, realizado preferencialmente a partir do sexto dia de contaminação, quando os resultados são mais conclusivos.

Segundo Seconci-SP, “o vírus da dengue possui quatro variações e, uma vez infectada, a pessoa fica imune somente àquele tipo da doença. Por isso, um paciente pode contrair a dengue até quatro vezes”, alerta a entidade.

A dengue hemorrágica é a forma mais grave da doença e requer intervenção médica urgente. Nesse caso, além dos sintomas convencionais, a pessoa pode apresentar:

  • Dor abdominal é intensa;
  • Vômitos persistentes ou com sangue;
  • Sangramentos sob a pele que podem se manifestar como manchas roxas;
  • Fraqueza extrema, pressão arterial baixa, confusão e palidez;
  • Desmaios.

Quanto ao tratamento, ele é focado na atenuação dos sintomas e na hidratação intensa do paciente. Não devem ser usados medicamentos à base de ácido acetil salicílico e anti-inflamatórios, como aspirina e ibuprofeno, uma vez que eles podem aumentar o risco de hemorragias.

Quais são os impactos econômicos da dengue?

Doenças como a dengue acarretam um importante ônus socioeconômico e impõem um desafio para a saúde pública.

De acordo com um estudo da Federação das Indústrias de Minas Gerais (FIEMG), o Brasil pode sofrer uma queda de até R$ 7 bilhões do Produto Interno Bruto (PIB) devido à redução da produtividade causada pelos efeitos das doenças provocadas pelo Aedes Aegypti. O levantamento considera que 60% das pessoas infectadas correspondem à população economicamente ativa. Também leva em conta três doenças transmitidas pelo mosquito: dengue, zika e chikungunya, em um cenário esperado com 4,2 milhões de infectados no país. O estudo soma, além dos custos com tratamento, o quanto a economia perde com o absenteísmo decorrente do afastamento do trabalho.

O que vimos hoje sobre o combate a dengue nos canteiros de obras?

Combater a dengue e as demais doenças transmitidas pelo Aedes Aegypti é uma responsabilidade de todos que não pode ser negligenciada, inclusive por construtoras e trabalhadores da construção civil. 

No artigo de hoje você viu que as ações para evitar que o mosquito se multiplique não são complexas ou custosas. Elas exigem, basicamente, cuidado com a limpeza no canteiro, vigilância constante, além de conscientização e engajamento de todos.

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Juliana Nakamura

Jornalista (PUC-SP) pós-graduada em Mídias Digitais (FMU). Com mais de vinte anos de experiência, colaborou com uma série de veículos de comunicação, tanto na grande imprensa, quanto em mídia especializada. Produtora de conteúdo, é especializada na cobertura de temas relacionados à construção civil, mercado imobiliário e arquitetura/urbanismo. Colabora com a Autodoc desde 2020, escrevendo textos para o blog e conteúdos ricos.

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