No decorrer do longo ciclo de produção de um empreendimento, muitos estudos e ferramentas ajudam a estimar, com máxima precisão, os custos necessários para executar o projeto. Entre eles, destaca-se o orçamento paramétrico, especialmente importante para a construção civil por permitir gerar estimativas de custo rápidas.
Você verá neste artigo:
- Aprenda orçamento paramétrico.
- Qual é a diferença entre orçamento paramétrico e orçamento analítico?
- Como elaborar um orçamento paramétrico?
- Dicas para fazer um orçamento paramétrico eficaz
- Ferramentas para a elaboração de orçamentos mais assertivos
Aprenda orçamento paramétrico!
O orçamento paramétrico estima os custos com base em relações matemáticas ou estatísticas entre variáveis conhecidas. Por exemplo, ele utiliza índices referenciais e dados históricos de obras semelhantes para prever os custos.
O orçamento é indicado para a etapa do estudo de viabilidade, nem todos os projetos estão prontos. Por isso, trata-se de uma ferramenta útil quando ainda não faz sentido despender tempo e recursos com estudos mais completos e precisos.
Investidores utilizam o orçamento paramétrico para analisar a viabilidade financeira de um empreendimento, comparar obras similares e contratar a construção em etapas iniciais do processo de projeto. Afinal, ele verifica a ordem de grandeza para decidir se vale à pena, ou não, prosseguir com o projeto.
Qual é a diferença entre orçamento paramétrico e orçamento analítico?
Aprenda orçamento paramétrico e destaque-se pela rapidez no desenvolvimento. Tomando como base referências confiáveis de quantidade de custos, ele deve ser substituído por análises mais detalhadas, à medida que o projeto vai evoluindo.
Em outras palavras, o orçamento paramétrico não substitui o orçamento analítico, mais detalhado, capaz de calcular cada serviço necessário para executar a obra de forma individual.
Mais preciso e demorado, o orçamento analítico pressupõe um levantamento quantitativo preciso dos serviços. Ele só pode ser realizado quando o projeto executivo já está definido.
Como elaborar um orçamento paramétrico?
Para a produção do orçamento paramétrico, uma referência importante é a ABNT NBR 12.721:2006 – Avaliação de custos unitários da construção para incorporação imobiliária e outras disposições para condomínios edilícios – Procedimento.
Essa norma técnica estabelece as diretrizes para a elaboração de orçamentos de obras, descrevendo conceitos, critérios, composições de custos e formas de apresentação.
Há duas abordagens principais para realizar um orçamento paramétrico. A primeira delas é relacionar a área da construção com o seu custo. Nesse caso, são usados dados históricos da empresa para a formação da base. A partir daí, calcula-se o preço médio gasto para cada metro quadrado de área construída.
Para esse método ter maior assertividade, é importante observar alguns pontos. Entre eles, a quantidade de obras que compõem a amostra, a região onde se localizam as obras, o período no qual foram coletados os dados e a tipologia da obra que se pretende estimar, bem como das obras utilizadas na amostragem.
Outro método usual é a estimativa pelo CUB (custo unitário básico). Ele também se baseia na estimativa de custos relacionando a área da construção e o custo total. Contudo, ele utiliza dados do CUB.
Esse índice é calculado mensalmente e é divulgado pela CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção) em parceria com os Sindicatos das Construtoras Estaduais (Sinduscons).
É importante, porém, ter atenção. Estimar com o CUB não significa apenas multiplicar o custo fornecido pelo Sinduscon pela área construída. É preciso verificar se o custo unitário básico corresponde adequadamente ao tipo de construção (residencial, comercial, etc.), ao nível de acabamento e à localização da obra. Além disso, o índice deve ser utilizado com cautela em projetos com tipologias incomuns, como edifícios muito altos.
Dicas para fazer um orçamento paramétrico eficaz
Desenvolver um orçamento paramétrico não é difícil. Porém, é bastante fácil cair em armadilhas. Como resultado disso, tem-se a produção de um estudo inócuo.
Então, o que não fazer?
Afinal, a chave para um bom orçamento paramétrico é a qualidade dos dados históricos e a precisão das relações estabelecidas entre as variáveis e os custos.
Portanto, busque dados de projetos anteriores similares ao que está sendo orçado. Em seguida, identifique variáveis relevantes, priorizando as que mais impactam os custos, como número de andares e sistema construtivo, por exemplo.
Analise as relações entre variáveis e custos, recorrendo a ferramentas estatísticas para identificar como cada variável impacta os custos.
Além disso, desenvolva e teste modelos paramétricos, criando fórmulas que relacionem variáveis de entrada aos custos esperados. Revise o orçamento sempre que necessário.
Tal cuidado é fundamental para dar transparência e rastreabilidade.
Ferramentas para a elaboração de orçamentos mais assertivos
Softwares de gestão são bastante úteis para otimizar a produção de orçamentos paramétricos. Afinal, eles ajudam na coleta e análise de dados históricos, além de apoiar a criação de modelos estatísticos e a geração de estimativas e relatórios.
O BIM (Building Information Model) também já é utilizado por algumas empresas para apoiar as áreas de gestão de custos. Isso porque a modelagem cria a possibilidade de gerar levantamento de quantitativos e atualizar o orçamento de forma automatizada
Assim como o orçamento paramétrico, outras ferramentas apoiam incorporadoras e construtoras no desenvolvimento de planejamentos mais precisos, evitando problemas graves, como o estouro de custos e prazos. Já falamos sobre algumas delas em outras oportunidades, como o orçamento de mão de obra, o cronograma físico-financeiro e a Curva S.
A curva ABC também se destaca por ser um método simples e ágil para identificar a importância relativa entre os diversos itens que compõem um orçamento. Para saber como elaborar e utilizar a curva ABC, não deixe de ler este artigo assinado por Renata Moraes, COO da Autodoc Tecnologia. Está imperdível.