Quando falamos em tendências para a Construção Civil, é inevitável refletir sobre as mudanças provocadas pela pandemia de Covid-19. Entre as empresas do setor, o isolamento social, a adoção do home office e a crise econômica atrelada a um ambiente de incertezas, impulsionaram transformações.
Retomada esperada
Após tudo o que aconteceu em 2020, projeta-se uma retomada dos negócios permeada por um “novo normal” em 2021. Alguns números justificam essa percepção.
O primeiro deles é o aumento do emprego no setor a partir de junho de 2020, conforme a Sondagem Nacional da Construção da FGV/Ibre. “Além disso, a redução da taxa de juros dá protagonismo ao investimento em imóveis e também anima as famílias para a aquisição da casa própria”, afirmou Ana Maria Castelo, coordenadora de projetos da Construção da FGV/Ibre, em apresentação no Sinduscon-SP.
Outros dados interessantes:
- Segundo a Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), o trimestre móvel encerrado em julho de 2020 registrou vendas 25,5% maiores em comparação com o mesmo período no ano anterior.
- O Fundo Monetário Internacional (FMI) projeta um crescimento de 3,4% para a Construção Civil no continente latino-americano em 2021. O levantamento usa dados da Federação Interamericana da Indústria da Construção (FIIC).
Como será 2021 na Construção Civil?
O adverso 2020 reforçou a importância das empresas serem resilientes. Ele também acelerou o processo de digitalização e elevou o interesse por soluções que possibilitem aumentar a produtividade, reduzir custos e garantir boas condições de trabalho aos colaboradores.
As principais tendências para o próximo ano seguem essa trilha, como você pode conferir a seguir:
1) Expansão do investimento ESG (meio ambiente, sociedade e governança)
Antes mesmo de o coronavírus virar o mundo de cabeça para baixo, o setor financeiro já vinha em um movimento de valorizar empresas com boas práticas ambientais, sociais e de governança. Por trás disso, há a ideia de que essas companhias têm negócios mais sólidos e menos arriscados. Intensificaram essa tendência, os problemas de governança e ambientais enfrentados recentemente por grandes players, além da pandemia.
Segundo dados do Global Sustainable Investment Alliance, a indústria de investimento responsável já chega a US$ 31 trilhões no mundo.
2) Cidades mais inteligentes
A incorporação de tecnologias digitais na operação das cidades tende a deixar de ser algo desejável para ser algo mandatório. Isso porque a porcentagem da população que vive em áreas urbanas só aumenta. De acordo com a Organização das Nações Unidas, deve chegar a 68% até 2050, contra 55% em 2018.
Além disso, sensores e softwares têm se tornado mais acessíveis na mesma proporção em que o seu uso aumenta. Os focos devem se voltar, principalmente, para soluções que permitam melhorar a mobilidade e a eficiência na gestão de serviços públicos, impactando na qualidade de vida das pessoas.
3) BIM para controle de custos
Você sabe que o BIM está cada vez mais incorporado aos processos das empresas de projeto e construção. No entanto, o campo para desenvolvimento ainda é enorme, sobretudo se falarmos em usos mais sofisticados da modelagem, como o BIM 5D, que adiciona ao modelo 3D a variável custo.
Para 2021, a expectativa é de que as empresas que querem se manter competitivas adotem o BIM. Para aquelas que já iniciaram essa jornada, o plano deve ser incrementar o uso, permitindo maximizar os resultados obtidos. Segundo projeções da Markets and Markets, o mercado de BIM deve chegar a US$ 8,9 bilhões em 2024.
4) Democratização da Internet das Coisas (IoT)
Assim como o BIM, a Internet das Coisas é constantemente citada como tendência para a indústria da construção. É verdade que algumas empresas do setor já utilizam a IoT para monitorar processos e promover melhorias. Mas imagina-se que, em 2021, essas aplicações ganhem mais relevância, especialmente com a percepção dos ganhos obtidos por parte dos construtores.
Entre as aplicações com potencial de expansão podemos citar as etiquetas RFID para rastrear equipamentos e materiais diversos, e as catracas inteligentes, que ajudam a evitar problemas jurídicos ao controlar com precisão a documentação dos colaboradores.
5) A vez da construção modular off-site
Em um contexto no qual questões como racionalidade, sustentabilidade e eficiência ganham destaque, é natural que a construção modular off-site dê um salto. De forma geral, a construção off-site pode ser de 20% a 50% mais veloz que os métodos tradicionais. Esse ganho é especialmente interessante para empreendimentos focados no público investidor, já que permite a antecipação do recebimento de receitas.
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Até a próxima!