Há mais de 4 mil anos, a Engenharia já era aplicada no Egito Antigo. Graças ao avançado conhecimento em cálculo que tinham, os engenheiros daquela época foram capazes de projetar obras fabulosas e complexas, como as pirâmides – mesmo sem a tecnologia moderna.
Hoje, já temos acesso a inovações tecnológicas que talvez em nenhum outro momento da história havíamos imaginado. Essa tecnologia, aliada aos conhecimentos que nossos antepassados deixaram, nos permitem a construção de edifícios igualmente incríveis.
Burj Khalifa
Um exemplo é o Burj Khalifa, edifício mais alto do mundo, localizado em Dubai, nos Emirados Árabes. O arranha-céu, inaugurado em 2010, possui 163 andares e 828 metros de altura. Foram utilizados 45 mil m³ de concreto (equivalente a mais de 110 mil toneladas) só para construir a fundação de concreto e aço. Para a obra inteira, foram usados 330 mil m³ de concreto e 31.4 mil toneladas de aço.
Como é de se imaginar, o edifício mais alto da atualidade enfrentou desafios de tecnologia construtiva à altura de sua magnitude, dentre eles:
- Os fortes ventos de Dubai foram um dos principais desafios enfrentados pelos projetistas, que tiveram que encontrar soluções para que o edifício de 828 metros suportasse a ventania sem sofrer riscos à sua estrutura. Após diversos estudos realizados especialmente para a construção do edifício, chegaram a uma nova técnica: o núcleo do edifício foi projetado em forma de “Y” (visto de cima) e com uma base mais larga, o que proporciona mais estabilidade e segurança.
- Dubai está localizada na península arábica, que pode atingir até 50ºC durante o verão – altas temperaturas como essa podem comprometer construções. Devido a isso, o Burj Khalifa foi planejado para suportar variações climáticas.
- O concreto e materiais isolantes foram cuidadosamente preparados para suportar altas temperaturas, sendo pintados com uma camada de prata. Além disso, foram adicionados materiais isolantes processados em calor ao plástico e à madeira – o que os impede de perderem a cor, também prevenindo que encolham e rachem. Deste modo, todos os materiais são capazes de suportar condições climáticas extremamente quentes ou frias.
- Outra medida para suportar o clima foi um revestimento exterior feito de vidros refletivos com painéis de alumínio e aço inoxidável.
- Segurança é prioridade #1 em todo gerenciamento de projetos bem-sucedido, e no Burj não poderia ser diferente. Os trabalhadores seguiram rígidas regras e diretrizes durante todo o projeto. Haviam áreas de refúgio espaçadas a cada 25 andares, que poderiam ser utilizadas em caso de emergência, como incêndios. Durante toda a construção, havia uma equipe de resgate no local e uma equipe de paramédicos internos. Outras medidas preventivas incluíam gaiolas de emergência para até 75 colaboradores e um helicóptero de resgate sempre de prontidão.
Tecnologia no Canteiro de Obras
O engenheiro moderno não somente precisa, mas deve estar atento às novidades do mercado. Isso traz benefícios aos seus projetos, equipes e clientes.
Veja abaixo como ferramentas tecnológicas podem melhorar a gestão e operação no dia-a-dia dos canteiros de obra:
1. Economia de espaço
Atualmente, devido ao espaço enxuto, temos na maioria das vezes aquilo que conhecemos como canteiros restritos. O pequeno espaço requer uma melhor organização e planejamento em relação ao seu uso. É um grande desafio organizar o tanto de informações que o canteiro produz.
Desde a década de 90, construtoras têm implantado ERP’s visando resolver a questão do excesso de informações e espaço reduzido. Hoje, graças à tecnologia de armazenamento em nuvem, os sistemas online de planejamento e controle tornam a gestão de dados ainda mais eficazes – especialmente com o uso das relativamente novas ferramentas com mobilidade, que trazem aprimoramentos com soluções de inspeções e medições de serviços, visualização e markups em projetos, controle de qualidade e segurança, dentre outras funcionalidades.
2. Economia de material
Na última década, sustentabilidade passou a ser uma palavra recorrente no mundo. A sociedade passou manifestar preocupação com o que temos feito para o meio ambiente, e a Engenharia Civil não fica de fora.
Uma forma de aplicar a sustentabilidade no mercado construtivo é através da utilização consciente de seus recursos – um exemplo de aplicação é o conceito just n time, baseado em um sistema no qual o material é produzido e armazenado exatamente na quantidade que será usado. Com isso, o produto é transportado para o devido local, no tempo e na quantidade certa, evitando perdas e desperdícios.
Existem softwares que controlam a quantidade de material utilizado no canteiro de obras, para evitar desperdícios e poupar recursos através do controle de estoque enxuto. Assim, o orçamento das construtoras não é comprometido e o meio ambiente é preservado. O engenheiro contemporâneo sabe alinhar de forma perfeita tecnologia, sustentabilidade e economia.
3. Segurança dos colaboradores
No passado, a tecnologia reduzida dificultava o controle de acesso dos funcionários aos canteiros de obras, dessa forma, funcionários que não eram responsáveis por aquela obra poderiam acessá-la. Também era preocupante o fato de colaboradores executarem serviços nos quais não possuíam documentação que comprovasse terem os requisitos necessários para executar. Além de comprometer a segurança desse indivíduo, a empresa poderia ser acionada judicialmente por cometer uma irregularidade.
Segundo levantamento realizado pelo escritório Amaral, Yazbek Advogados, empresas brasileiras gastaram um total de R$157 bilhões em 2016 com ações judiciais, o que significa um aumento de 10,48% na comparação com 2015. Um fato assustador é esse valor ter sido quase igual ao PIB brasileiro daquele ano.
Buscando solucionar esta problemática, e fazer a economia brasileira avançar, as construtoras têm à disposição tecnologias de controle de acesso dos colaboradores aos canteiros de obras. Como por exemplo, catracas capazes de avaliar a situação e validade de seus documentos em milésimos de segundos, que bloqueiam a entrada do colaborador caso identifique qualquer irregularidade. Este processo faz com que a segurança dos colaboradores aumente, e seja reduzido o risco de passivos trabalhistas para a construtora.
Conclusão
Estamos em constante evolução como sociedade, e felizmente muitos produtos têm sido criados para melhorarem nossos processos organizacionais. A realidade do engenheiro civil evoluiu, resultando em uma engenharia mais inteligente e produtiva.
Empresas israelenses, por exemplo, já estão utilizando a tecnologia de cruzamento da informação de 2 drones simultaneamente para obter mais acuracidade na captação de dados, e na transformação destes dados em informações de alto valor.
Steve Jobs, falecido fundador da Apple, dizia que a tecnologia move o mundo. Sabendo disso, empresas do mercado da Construção já estão a utilizando ao seu favor para otimizarem seus resultados e manterem-se competitivas.
Durante 1900 anos a Engenharia Civil avançou lentamente, enquanto nos últimos 119 anos obtivemos um grande progresso. E ainda há muito a evoluir.
Com tanta velocidade, onde podemos chegar?
Gostou do conteúdo? Curta a Autodoc no LinkedIn e acompanhe nossas publicações.