Absenteísmo: saiba o que é e como reduzi-lo na construção civil - Autodoc

Absenteísmo: saiba o que é e como reduzi-lo na construção civil

Tempo estimado de leitura: 7 minutos

Em qualquer empresa, níveis altos de absenteísmo são motivo de preocupação. Primeiro porque a ausência dos trabalhadores pode estar relacionada a problemas de salubridade no ambiente de trabalho ou a um clima organizacional ruim. Além disso, as faltas dos funcionários, justificadas ou não, comprometem o planejamento.

Em um contexto como o atual, com as construtoras sofrendo com a escassez de mão de obra, o absenteísmo passa a ser mais um complicador que leva à queda de produtividade e à sobrecarga das equipes.

É especialmente para as construtoras que têm sentido o impacto dessas ausências que preparamos esse texto. A ideia é compreender o que leva uma pessoa a faltar no trabalho e listar práticas que podem ser adotadas para minimizar esse problema.

O que é o absenteísmo?

O termo absenteísmo refere-se à ausência do indivíduo no seu trabalho. Essa falta pode se dar por motivos voluntários ou involuntários, de natureza pessoal, ambiental, social, familiar, financeira, e até mesmo, relacionados a estrutura organizacional.

Há uma série de situações que levam ao absenteísmo. Podemos citar como exemplos:

  • Faltas ao trabalho sem justificativa, provocadas, por exemplo, por problemas pessoais;
  • Atrasos no horário de entrada ou no retorno do almoço;
  • Saídas do trabalho antecipadas, por qualquer motivo;
  • Horas de trabalho dedicadas à saúde, para realização de exames e consultas médicas;
  • Ausências justificadas para acompanhar filhos e outros dependentes ao médico;
  • Ausências justificadas com atestados médicos referentes a doenças comuns ou relacionadas ao trabalho.

Qual é o índice de absenteísmo aceitável?

O índice de absenteísmo em uma empresa nunca será zero. Afinal, sempre há quem precise se ausentar, seja por motivos legítimos ou não. No entanto, há limites aceitáveis para as organizações, variáveis em função de uma série de fatores, como o segmento de atuação.

Para o setor da construção civil, um valor de referência bom para absenteísmo é entre 1,5% e 3%. Mas há quem defenda que um índice de até 4% de absenteísmo seja aceitável.

Realizar o cálculo do absenteísmo não é complicado. Basta seguir a seguinte fórmula:

Taxa de absenteísmo = (horas de trabalho perdidas / horas de trabalho ideais) × 100

Para calcular o indicador, é preciso somar o número de dias em que os funcionários estiveram ausentes devido a razões não programadas e dividir esse total pelo número de dias que os funcionários eram esperados no trabalho. O resultado é multiplicado por 100 para expressar a métrica como uma porcentagem.

Quais são as principais causas de faltas no trabalho?

O absenteísmo impacta diretamente a produtividade, a preservação do conhecimento e o engajamento, entre outros aspectos. Por isso, é fundamental compreender as causas que afastam os trabalhadores para, a partir daí, desenvolver medidas e programas de promoção de saúde, prevenção de doenças e tratamentos específicos. 
De acordo com o estudo “Práticas de Gestão de Pessoas na Construção Civil” realizado pela Falconi, em parceria com o Sinduscon-SP, os principais motivos de absenteísmo nas empresas da construção são:

  • Saúde física (36%)
  • Não identificado (24%)
  • Injustificado. Pode ser indicativo de desengajamento e estar relacionado a um sintoma de turnover (19%)
  • Questões familiares relacionadas a paternidade/maternidade (15%)
  • Saúde mental (6%)

O trabalho trouxe outro dado interessante: 1 em cada 4 empresas não realiza o mapeamento dos motivos de absenteísmo entre seus colaboradores.

De modo geral, as questões de saúde física que levam ao absenteísmo podem ser divididas em dois grandes grupos:

  • Doenças não relacionadas ao trabalho — Gripes, viroses e conjuntivite, por exemplo.
  • Doenças ocupacionais — Enfermidades que têm relação com a atividade desempenhada durante a jornada ou com as condições de trabalho. Nesse grupo estão as Lesões por Esforço Repetitivo (LER) e os Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT), bem como as doenças psicossociais, como depressão e síndrome do pânico. 

Segundo dados do Seconci-SP, dores e inflamações lombares e articulares (em ombro, juntas e tendão), além de faringites, amigdalites, sinusites, gripes e viroses, costumam ser os principais motivadores de afastamentos dos trabalhadores da construção civil. 

É importante dizer que as faltas, muitas vezes, têm mais relação com a organização do que com o próprio colaborador. Longas jornadas, condições de insalubridade do ambiente de trabalho, baixa remuneração e tensão emocional também são indutores de absenteísmo.

Quais os impactos do absenteísmo na construção civil?

Há uma série de consequências sérias que o absenteísmo pode gerar nas organizações. Entre elas, podemos destacar:

  • Queda na qualidade dos serviços prestados;
  • Queda na produtividade, desorganização das atividades e atrasos nos cronogramas;
  • Custos extras com a reposição de profissionais;
  • Maior suscetibilidade a acidentes de trabalho;
  • Maior risco jurídico decorrente de jornadas de trabalho extensivas e do pouco tempo de descanso dos profissionais que precisam compensar os ausentes.

Como atuar para reduzir o absenteísmo?

O primeiro passo a ser dado pela empresa que quer controlar seus índices de absenteísmo é identificar os motivos destas ausências. Na sequência, a estratégia deve ser atacar cada uma dessas causas. 

Outras práticas recomendadas são:

  • Mensurar o absenteísmo na empresa. Lembre-se que não se melhora aquilo que não se conhece;
  • Realizar pesquisas periódicas de clima organizacional. Isso é importante para manter um ambiente de trabalho saudável e positivo;
  • Definir protocolos específicos. As equipes precisam saber o que deve ser feito em caso de uma ausência. O objetivo é evitar interrupções na produção, minimizando impactos à produtividade.
  • Implementar iniciativas voltadas à saúde física (ginástica laboral, palestras educativas, controle do uso de EPIs, etc.);
  • Implementar ações focadas na promoção da saúde mental (acolhimento, rodas de conversas, etc).
  • Utilizar o DDS (Diálogo Diário de Segurança) para abordar as melhores práticas de segurança e saúde;
  • Treinar as lideranças. O absenteísmo pode ser evitado pelo líder. Por isso é importante capacitar esse profissional para que ele atue como um agente motivador das equipes;
  • Ter um time de recursos humanos atuante, que acompanhe de perto os casos de absenteísmo e elabore ações para melhorar o ambiente de trabalho;
  • Analisar a possibilidade de adotar equipamentos ou sistemas construtivos mais ergonômicos e menos árduos para os trabalhadores.

Conclusão

Em todos os setores da economia, o absenteísmo é um fator de preocupação que pode impactar negativamente o resultado das empresas. Não é diferente na construção civil. 

Na verdade, em um setor altamente dependente de mão de obra capacitada, e que tem sofrido com a escassez de profissionais, as faltas podem proporcionar efeitos ainda mais severos.Empresa do grupo Ambar, a Autodoc desenvolve softwares para atender diferentes estágios da jornada da construção, incluindo pré-obra, obra e gestão de mão de obra. Entre em contato para conhecer mais sobre soluções como o Autodoc GD4 e a Autodoc Catraca.

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Juliana Nakamura

Jornalista (PUC-SP) pós-graduada em Mídias Digitais (FMU). Com mais de vinte anos de experiência, colaborou com uma série de veículos de comunicação, tanto na grande imprensa, quanto em mídia especializada. Produtora de conteúdo, é especializada na cobertura de temas relacionados à construção civil, mercado imobiliário e arquitetura/urbanismo. Colabora com a Autodoc desde 2020, escrevendo textos para o blog e conteúdos ricos.

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