Estudo da natureza pode proporcionar projetos mais sustentáveis
Campo da ciência dedicado ao estudo dos modelos da natureza, a biomimética tem como objetivo obter inspiração para desenvolver soluções aplicáveis aos seres humanos. O termo provém da combinação das palavras gregas bios (vida) e mímesis (imitação). Quando aplicado a arquitetura, esse conceito resulta em projetos apoiados em princípios que regem o mundo natural, estabelecendo uma relação harmoniosa entre o homem e o meio-ambiente. Como você já percebeu, a arquitetura biomimética é o tema do post de hoje. Siga conosco para saber mais sobre essa tendência.
O QUE A NATUREZA TEM A ENSINAR?
Considerada uma corrente filosófica contemporânea, a arquitetura biomimética parte do princípio de que a natureza tem diversas soluções que podem contribuir para o desenvolvimento da arquitetura sustentável. Ela tem relação estreita com a biofilia, que busca integrar a natureza ao design.
Embora não sejam conceitos novos, tanto a biomimética, quanto a biofilia tendem a ser cada vez mais valorizadas, já que oferecem respostas à necessidade de construir edifícios saudáveis, que interajam bem com o entorno e tenham baixa emissão de carbono, entre outros atributos.
Buscar inspiração na natureza é algo bastante lógico. Afinal, há bilhões de anos a natureza desenvolve meios para ajudar os seres vivos a prosperarem em seus ambientes. Basta lembrar que a natureza é responsável por materiais altamente eficientes e que não geram emissões industriais, como a seda da aranha, cinco vezes mais forte que o aço.
Além disso, as construções criadas pelo homem têm necessidades semelhantes às de outros seres vivos. É preciso proteger, isolar, agregar, espaços de interação e de recolhimento, etc.
MATERIAIS BIOLÓGICOS
Com uma abordagem multidisciplinar, os projetos de arquitetura biomimética vão além da mera reprodução de formas naturais. Eles se estruturam em sistemas, inter-relações e estratégias utilizadas pela natureza.
Eles começam a ser desenvolvidos a partir de uma análise criteriosa das propriedades exclusivas de cada local — o terreno, a trajetória do sol, o clima, a flora e a fauna, por exemplo. A ideia é a de que se os organismos evoluem em resposta às condições do local onde se inserem, a arquitetura deveria fazer o mesmo.
Outra estratégia é priorizar o uso de materiais de origem biológica que possam ser cultivados e captar carbono da atmosfera, em vez de fabricados a partir de processos altamente demandantes de energia. A indústria vem desenvolvendo alternativas nesse sentido, como a madeira engenheirada e os painéis produzidos à base de soja e cânhamo.
EXEMPLOS CONCRETOS
Seja pelo design pouco usual, seja pela preferência do homem por formas que remetem à natureza, os projetos com princípios biomiméticos costumam chamar a atenção.
Esse é o caso do icônico Estádio Nacional de Pequim, projetado pelo escritório Herzog & de Meuron com inspiração em um ninho de pássaro. Outro exemplo é o Pabellón Quadracci do Museu de Arte de Milwaukee, concebido por Santiago Calatrava em referência às asas de um pássaro.
Há de se mencionar, ainda, o Eastgate Building, projeto do arquiteto Mick Pearce no Zimbábue, que encontrou na forma dos cupinzeiros africanos uma maneira de garantir temperatura interna mais constante.
No post de hoje você viu como é possível encontrar soluções de projeto inovadoras e sustentáveis a partir da análise de estratégias utilizadas por outros organismos vivos. Para isso, porém, é fundamental combinar sensibilidade para observar o natural, ciência e tecnologia.
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Até a próxima!
CHAMADA SOCIAL
A biomimética é um campo da ciência que se baseia no estudo dos modelos da natureza em busca de inspiração para desenvolver soluções para o ser humano. Saiba mais sobre esse conceito capaz de agregar sustentabilidade e inovação à arquitetura.