Copa América 2019: conheça os estádios certificados LEED - Autodoc

Copa América 2019: conheça os estádios certificados LEED

Na última sexta, dia 14/06, começou a Copa América 2019. Esta edição é a 5ª vez que o Brasil sedia o evento, sendo a última há 30 anos, em 1989.

Um destaque é que, dentre os 6 estádios que receberão jogos do evento, 5 deles são certificados LEED (Leadership in Energy and Environmental Design).

Dois desses estádios, reformados para a Copa do Mundo de 2014, conquistaram a certificação LEED com consultoria green building do CTE: Maracanã e Mineirão.

Ambos foram certificados na categoria LEED for New Construction. O Maracanã obteve o selo Silver, e o Mineirão obteve o selo Platinum, sendo o primeiro e único estádio do Brasil, e segundo do mundo a conquistar o nível máximo da certificação LEED.

Confira os diferenciais sustentáveis desses 2 estádios:

Estádio Governador Magalhães Pinto (Mineirão)

Reformado para receber seis jogos da Copa do Mundo de 2014, o Mineirão foi o primeiro e único estádio do Brasil a conquistar o selo Platinum, nível máximo da certificação LEED.

Concedida pelo USGBC (United States Green Building Council), a certificação LEED for New Construction do Mineirão avalia e reconhece soluções e tecnologias sustentáveis adotadas no processo de construção para reduzir os impactos causados no meio ambiente durante toda a vida útil da edificação. Além disso, garante uma gestão consistente do empreendimento, embasada em políticas e processos de manutenção de equipamentos, na gestão de energia, água, resíduos, e serviços, como, por exemplo, limpeza e o paisagismo. O objetivo final é maximizar a eficiência operacional e minimizar os impactos ambientais.

O estádio com cerca de 51.000 m² de área construída contou com consultoria green building do CTE – Centro de Tecnologia de Edificações, que participou desde o início da fase do projeto de reforma e modelagem sustentável do estádio até a entrega das obras, atuando diretamente com os empreendedores, projetistas e construtora para a conquista da certificação LEED.

A Minas Arena foi a empresa responsável pela execução das obras de reforma e modernização do Mineirão, por meio do contrato de parceria público-privada (PPP) firmado com o Governo do Estado de Minas Gerais. Constituída pelas construtoras Construcap, Egesa e HAP Engenharia, a Minas Arena tem o direito de explorar a comercialização do estádio e estruturas coligadas por 25 anos, sendo obrigada a cumprir metas de qualidade operacional e de gestão.

Com a certificação, o Mineirão passa a ser reconhecido pela sua alta performance ambiental. Dentre os destaques, estão: redução de 43% do custo operacional com consumo de energia, diminuição de 76% no consumo de água potável com a demanda de bacias e mictórios sendo abastecida com água de reuso, e 100% de economia de água potável para irrigação nas áreas de paisagismo. A certificação do estádio do Mineirão demonstra que é possível construir grandes obras com eficiência e baixo impacto no país.

Veja os diferenciais sustentáveis do Mineirão:

Terreno sustentável

  • Desde os primeiros momentos da reforma do estádio Mineirão foram traçadas estratégias para controles dos impactos ambientais que a obra poderia causar. A elaboração do Plano de Prevenção à Poluição da Obra é entender os riscos ambientais envolvidos para atuar com mais eficiência. São exemplos dos controles adotados as cercas filtrantes perimetrais e bacias de sedimentação, aspersão continua de água para redução da poeira nas vias de trafego, prevenção e controle de erosão e sedimentação, controle de contaminação de solo e água, etc.
  • Implantação de cinco sistemas de lava rodas durante a construção, prevendo o reuso da água, possibilitando redução do consumo de água e economia para a obra.
  • A área de estacionamento existente deu lugar à esplanada, que pode ser usufruída pela população mesmo em dias sem eventos.
  • Vagas de estacionamento foram destinadas a veículos de baixa emissão e baixo consumo a fim de incentivar e conscientizar quanto ao uso desses veículos.
  • Mais da metade das vagas de estacionamento disponíveis foram alocadas nos subsolos.
  • O sistema de captação de água de chuva é capaz de reter um grande volume de água, aliviando o sistema público de drenagem e permitindo uma reserva de água considerável para uso no próprio estádio.
  • A membrana que cobre o Estádio foi feita com material de cor clara e alta reflexão solar, e a cobertura de concreto existente serve de base para a instalação dos painéis fotovoltaicos que geram energia.

Uso racional de água

  • Houve a redução de 100% do uso de água potável para mictórios e bacias sanitárias. Adotaram-se dispositivos economizadores, como válvulas de descarga dual-flush, mictórios com vazão reduzida, além da utilização de águas não potáveis para abastecimento de bacias e mictórios. A redução do uso de água potável é de 76%.
  • O projeto de paisagismo do Estádio foi desenvolvido com espécies nativas e adaptadas a fim de que não haja necessidade de irrigação dessas áreas, reduzindo o consumo de água.

Energia e atmosfera

  • Redução total no custo anual de energia de 43.73% comparado com o modelo de referência.
  • Instalação de sistema VRF com condensação a ar nas bilheterias, delegacia e posto médico apresentando redução de consumo energético com ar condicionado, devido à significativa redução na operação dos ventiladores. Instalação de centrais de água gelada de alta performance para os demais ambientes condicionados do estádio, museu do esporte e lojas.
  • Utilização de sistema de iluminação eficiente, reduzindo em cerca de 30 % o consumo de energia com iluminação.
  • Instalação de usina fotovoltaica de 1,42MWp, fruto do convênio entre a CEMIG e o Mineirão.

Materiais e recursos

  • Foram previstas em projeto áreas de fácil acesso dedicadas à coleta e armazenamento de materiais para reciclagem, além de um Plano de Gestão de Resíduos.
  • Além disso, o estádio realiza estudos gravimétricos dos resíduos gerados nos eventos, e através desses estudos ações de melhoria podem ser tomadas.
  • Foi mantida a maior parte da estrutura existente (fachadas, vigas, lajes e pilares), evitando o envio de materiais para aterros e a utilização desnecessária de recursos, resultando num aumento da vida útil do edifício existente.
  • Todos os materiais provenientes da desmontagem do estágio antes da demolição, como luminárias, gradil, cadeiras e até mesmo a grama do campo, forma doados para aproveitamento em outros edifícios públicos.
  • A quantidade (em volume) de resíduos desviados de aterros, durante a demolição e construção do estádio, foi de 79,44%, excluindo-se resíduos perigosos e solo.
  • 12,96% (em massa) do custo total de materiais incorporados ao Estádio possuem conteúdo reciclado em sua composição
  • Aproximadamente 49% do custo de materiais utilizados foram provenientes de materiais fabricados e extraídos dentro de um raio de 800 km.

Qualidade do ambiente interno

  • Proibição do fumo dentro da edificação e em até 8 metros de seus acessos, garantindo a qualidade do ar no ambiente.
  • Foi desenvolvido um plano de controle da qualidade do ar interno durante a construção, com o objetivo de reduzir as fontes de emissão de poluentes atmosféricos e promover o conforto e bem estar dos trabalhadores e usuários do Estádio.
  • Com o objetivo de reduzir a quantidade de contaminantes do ar interno, que provoquem odor, irritação ou redução de conforto e bem estar de trabalhadores e ocupantes das edificações, todas as tintas, revestimentos, adesivos e selantes utilizados no interior do prédio obedeceram aos limites de compostos orgânicos voláteis estabelecidos por normas reverenciadas pelo órgão certificador.
  • Foram utilizadas tecnologias inovadoras durante a obra para atividades de limpeza, reduzindo o material particulado nestes ambientes.

Estádio Jornalista Mário Filho (Maracanã)

O Maracanã, palco da final da Copa de 2014, conquistou a certificação LEED com consultoria green building do CTE – Centro de Tecnologia de Edificações.

A certificação LEED for New Construction na categoria Silver, versão 3.0., que foi concedida pelo USGBC (United States Green Building Council), avalia e reconhece soluções e tecnologias sustentáveis adotadas no processo de construção do empreendimento, visando reduzir os impactos causados no meio ambiente durante toda a vida útil da edificação.

Além disso, garante uma gestão consistente do empreendimento, embasada em políticas e processos de manutenção de equipamentos, na gestão de energia, água, resíduos, e serviços, como, por exemplo, limpeza e o paisagismo. O objetivo final é maximizar a eficiência operacional e minimizar os impactos ambientais.

O estádio contou com consultoria do CTE, que participou desde o início da fase de projeto e modelagem sustentável da arena até a entrega das obras, atuando diretamente com os empreendedores, projetistas e construtora para a conquista da certificação LEED. O estádio possui 98.776,13 m2, dos quais 26.026,18 m2 são de construção nova e 72.749,95 m2 foram reformados.

Com a certificação, o Maracanã passou a ser reconhecido pela sua alta performance ambiental. Dentre os destaques, estão: redução de 23% do custo operacional com consumo de energia, diminuição de 71,14% no consumo de água potável (100% da demanda de bacias e mictórios é abastecida com água de reuso) e 100% de economia de água potável para irrigação.

A certificação do estádio do Maracanã demonstra, acima de qualquer resultado percentual e quantitativo, a importância da sustentabilidade e que é possível construir grandes obras com eficiência e baixo impacto. O projeto Maracanã seguiu os princípios da construção sustentável, que visa a redução no consumo de água e energia, e propicia também um ambiente de qualidade para os usuários – sendo este, o maior legado para além da Copa realizada no Brasil.

Veja os diferenciais sustentáveis do Maracanã:

Terreno sustentável

  • Segundo levantamento feito da infraestrutura de transporte coletivo de massa pré-existente no entorno da Arena Maracanã, o empreendimento possui acesso à Estação Maracanã (trens de superfície) já em operação e mais de 60 linhas de ônibus que atendem o estádio, reduzindo o impacto causado pela utilização de automóveis.
  • Todas as vagas de estacionamento estão localizadas no pavimento térreo e são cobertas, reduzindo os efeitos de ilha de calor no entorno do empreendimento.

Uso racional de água

  • Houve a redução de 100% do uso de água potável para mictórios e bacias sanitárias. Adotaram-se dispositivos economizadores, como válvulas de descarga dual-flush, mictórios com vazão reduzida, além da utilização de águas não potáveis para abastecimento de bacias e mictórios.
  • Considerando os demais dispositivos, como torneiras de lavatórios, chuveiros, torneiras de serviço e sprays de pré-lavagem de utensílios de cozinha, a redução é de 71,14%.
  • 100% da água utilizada para irrigação é proveniente de água de chuva.

Energia e atmosfera

  • Redução total no custo anual de energia de 23% comparado com o modelo de referência.
  • Instalação de sistema VRF com condensação a ar, apresentando redução de consumo energético com ar condicionado, devido à significativa redução na operação dos ventiladores, por exigir menor movimentação de ar quando comparado ao sistema CAG com fan-coils e caixas de VAV.
  • Alteração de horário de funcionamento de determinadas áreas de estacionamento, permitindo a redução no consumo de energia com iluminação.
  • Utilização de sistema de iluminação eficiente, reduzindo em 44% o consumo de energia com iluminação interna.
  • Instalação de 60 conjuntos de placas fotovoltaica, responsáveis por uma produção energia equivalente a 458.685,00 kWh/ano.

Materiais e recursos

  • Foram previstas em projeto áreas de fácil acesso dedicadas à coleta e armazenamento de materiais para reciclagem, localizadas no pavimento térreo.
  • Foi desenvolvido um Programa de Reciclagem e Coleta Seletiva para conscientização dos usuários, incluindo logística interna, transporte e destinação final.
  • Foram mantidas 55% das estruturas, fachadas e vedações verticais existentes no projeto original, garantindo significativa redução na geração de resíduos causada pela reforma do estádio.
  • A quantidade (em volume) de resíduos desviados de aterros foi de 50%, excluindo-se resíduos perigosos e solo/terra.

Qualidade do ambiente interno

  • Parâmetros de conforto térmico compatíveis com os parâmetros estabelecidos na norma ASHRAE 55.1 – 2004.
  • Medição rigorosa dos sistemas de fornecimento de ar, garantindo que o volume mínimo de ar necessário para manter a qualidade do ambiente interno seja fornecido aos ocupantes.
  • Proibição do fumo dentro da edificação e em até 8 metros de seus acessos, garantindo a qualidade do ar no ambiente.

Fonte: http://www.cte.com.br

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Juliana Nakamura

Jornalista (PUC-SP) pós-graduada em Mídias Digitais (FMU). Com mais de vinte anos de experiência, colaborou com uma série de veículos de comunicação, tanto na grande imprensa, quanto em mídia especializada. Produtora de conteúdo, é especializada na cobertura de temas relacionados à construção civil, mercado imobiliário e arquitetura/urbanismo. Colabora com a Autodoc desde 2020, escrevendo textos para o blog e conteúdos ricos.

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