BIM: o que é, quais são os seus benefícios e como está sua utilização pelo mundo? - Autodoc

BIM: o que é, quais são os seus benefícios e como está sua utilização pelo mundo?

Em maio de 2018, o ex-presidente da República Michel Temer assinou decreto que institui a Estratégia Nacional de Disseminação do BIM, visando difundir o BIM nos projetos de construção realizados em todo território brasileiro. As construtoras têm até 2021 para implantarem a tecnologia.

Mas, afinal, o que é BIM?

Diferente do que muitos pensam, BIM (Building Information Modeling) não se trata de um software, um formato de arquivo ou da representação 3D de um projeto.

BIM é o processo de desenvolvimento do modelo digital de uma edificação com suas diferentes dimensões e características bem definidas, que acompanha a obra durante todo o seu ciclo de vida. A grande quantidade de dados inputados permite prever problemas com mais facilidade e diminuir possíveis impactos negativos. Dados esses, que são alimentados pelos diferentes profissionais que trabalham de forma integrado no projeto. Isso, naturalmente, otimiza a comunicação entre os envolvidos e eleva o processo colaborativo. Todas essas características tornam o planejamento e a execução do empreendimento mais eficiente.

Benefícios do BIM

Devido às limitações técnicas, a elaboração e visualização de projetos em 2D, por vezes, acaba não garantindo a assertividade esperada, podendo ocasionar falhas identificadas somente durante a execução da obra.

Um projeto em BIM, possui todas as informações de aspectos relacionados à obra (como hidráulica, elétrica, fundação e estrutura) compactados em uma visualização tridimensional. Ou seja, é possível organizar todas as informações de uma construção, de forma aprofundada, em uma espécie de maquete virtual. Desde informações diretamente relacionadas à obra, até questões de cunho administrativo. Quantidade, fornecedores e custos de cada material; informações de segurança; prazos a serem atingidos; questões ambientais são alguns dos dados disponíveis com a tecnologia BIM.

Certamente uma das contribuições mais relevantes do BIM, é o maior alinhamento que ocorre entre todos os profissionais envolvidos no empreendimento (arquitetos, engenheiros, compradores de materiais, e até fornecedores). Isso acontece, pois durante todo o processo de construção, todas as informações são compartilhadas e centralizadas em um único local. Dessa forma, é possível que todos os funcionários acessem um mesmo projeto simultaneamente, adicionando e recebendo informações atualizadas em tempo real.

Erros de projeto, que poderiam acarretar em retrabalho e prejuízos, tendem a ser menores em um projeto com o conceito BIM, visto que o Clash Detection (Análise de Interferências) é executado com maior acuracidade. Isso gera mais agilidade no planejamento e na resolução de problemas, levando a construtora a elevar a qualidade final do produto, garantir o cumprimento dos seus prazos e, naturalmente, obter um ROI (Retorno sobre o Investimento) maior em seus empreendimentos.

Adoção do BIM pelo mundo

A tecnologia BIM está presente majoritariamente na Europa. Grande parte disso se deve à formação do grupo de trabalho EU BIM Task Group. Este grupo foi formado no início de 2016, e é composto por 14 países da Comunidade Europeia que juntos visam amplificar a utilização do BIM em projetos de obras públicas europeias. No entanto, a tecnologia também já vem sendo adotado em países da América e Ásia. Veja a seguir:

Estados Unidos

Em 2003, a General Services Administration (GSA) criou o programa nacional 3D-4D-BIM Program. Em 2006, a GSA tornou a utilização do BIM obrigatória para a fase de projetos de novos edifícios públicos. Segundo o SmartMarket Report de 2012, a adesão ao BIM nos EUA aumentou de 40% para 71% entre 2009 e 2012.

Chile

No Chile, desde 2011 o Ministério de Obras Públicas exige BIM em licitações de hospitais.

Reino Unido

No Reino Unido, o governo passou a se preocupar com os impactos ambientais provocados pela Construção Civil, e a redução de custos dos projetos de construções estatais. Para ajudar na solução destes problemas, o governo exige BIM nível 2 (modelagem e interoperabilidade) e pretende chegar ao BIM Nível 3 até 2025. Com isso, o governo busca incentivar a indústria do país a utilizar o BIM e se tornar um líder mundial desta tecnologia, além de reduzir em 20% a intensidade da emissão de carbono, para cumprir com seus compromissos de carbono com a União Europeia.

Noruega

A estatal Statsbygg foi a grande responsável pela difusão do BIM na Noruega. Desde 2010, a utilização do BIM em projetos públicos é obrigatória. Os projetos da estatal utilizam o formato IFC/IFD no desenvolvimento dos seus empreendimentos.

Finlândia

A Finlândia é uma das pioneiras na utilização da tecnologia BIM desde 2001. Em 2007, a estatal Senate Properties passou a obrigar o uso do BIM em obras públicas. Em 2012, foi lançado no país o manual “Objetivos orientados à tecnologia BIM”.

Holanda

Em novembro de 2011, a utilização do BIM passou a ser obrigatória em projetos do governo que custassem mais de 10 milhões de euros. Em 2012, o Dutch Ministry of the Interior, responsável pela estratégia de disseminação do BIM no país, determinou obrigatoriedade do BIM na manutenção de grandes projetos.

Coréia do Sul

Desde 2016, o Public Procurement Service, órgão do governo sul-coreano que cuida das questões relacionadas à habitação do país, obriga o uso do BIM para projetos privados que tenham valor de custo superior a 50 milhões de dólares. Em projetos públicos, o uso do BIM é obrigatório independente dos custos da obra.

Hong Kong

Desde 2014, a utilização do BIM se tornou obrigatória para novos projetos, segundo decreto da Hong Kong Housing Authority.

Brasil

No Brasil, algumas medidas têm sido tomadas para disseminar o conceito do BIM, uma vez que ele se tornará obrigatório em 2021. Algumas instituições de ensino já estão desenvolvendo programas de capacitação, inclusive, é uma tendência que se desenvolvam diretrizes para o aprendizado do BIM a nível superior federal.

Em 2017, a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) e a ABDI (Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial) lançaram um catálogo de normas aplicáveis ao BIM, que possui normas técnicas relacionadas à tecnologia. E em março de 2018, a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), em parceria com o Senai, promoveu o primeiro Seminário BIM, como parte da Política Nacional de implantação do BIM. Um dos maiores especialistas em BIM do mundo, Bilal Succar, marcou presença no evento.

O futuro do BIM

O BIM tem se firmado como uma tendência no cenário da construção civil, pois facilita o planejamento, reduz custos e otimiza o tempo, além de oferecer mais qualidade e segurança à obra.

Conforme destacamos ao longo deste artigo, o BIM tem se difundido por todo o mundo e é inegável que, em poucos anos, essa tecnologia será indispensável em qualquer projeto de engenharia.

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Juliana Nakamura

Jornalista (PUC-SP) pós-graduada em Mídias Digitais (FMU). Com mais de vinte anos de experiência, colaborou com uma série de veículos de comunicação, tanto na grande imprensa, quanto em mídia especializada. Produtora de conteúdo, é especializada na cobertura de temas relacionados à construção civil, mercado imobiliário e arquitetura/urbanismo. Colabora com a Autodoc desde 2020, escrevendo textos para o blog e conteúdos ricos.

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